Florações Evangélicas
Versão para cópiaOBREIROS DA VIDA
Estão espalhadas em vários pontos do Planeta as fortalezas da esperança onde se resguardam os lidadores do amanhã. Convém ressaltar que o Senhor nos reuniu a todos, não pelo império caprichoso do acaso, nem pela ingestão mirabolante do descuido, ou pela contingência precária das nossas manifestações gregárias alucinadas, mas por uma pré-determinação de Sua sabedoria, que nos convocou, devedores e credores reunidos, cobradores inveterados e calcetas para a regularização dos débitos pesados a fim de nos reajustarmos à lei sublime do Amor, longe das subalternidades das paixões. Não permitamos, assim, que medrem sentimentos inferiores na nossa gleba de luz, não deixemos que o descuido de uns ou a invigilância de outros nos surpreendam no posto do nosso combate, transcorridas tantas lutas, assinaladas pelas ações nobres, após tantos anos de perseverança no dever, depois de tantas esperanças que fomos obrigados a adiar e tantas ilusões que asfixiamos na realidade da vida. Não disseminemos os grãos da desídia nem deixemos que a semente nefária da emotividade subalterna desenvolva em nosso lar, em nossa família ampliada, os germens virulentos das manifestações amesquinhantes, capazes de nos enfermarem o organismo ciclópico da alma, tombando-nos adiante e deixando-nos na retaguarda. Todos nós, nós todos, somos peças importantes quão valiosas das determinações divinas neste momento azado e estamos sob vigilância rigorosa da fatuidade e da idiossincrasia, sofrendo a pressão das forças baixas da animalidade, que pretendem conspirar contra o espírito do Cristo, que vive dentro de nós, em torno de nós, conduzindo-nos a todos. É necessário não negligenciar atitude, não ceder ao mal e orar, orar sempre. Não há por que recearmos, sejam quais forem as conjunturas, mesmo as aparentemente adversas que nos sitiem, pois não temos sequer um motivo falso para sob ele nos albergarmos justificando a ausência da excelsa misericórdia Divina que nos protege, que nos ampara, aquiescendo nas negociatas da usurpação e do erro, da frivolidade e do conúbio com a insensatez. Não estamos diante de uma gleba cuidada por “meninos espirituais". Assim sendo, melhor seria que nos alijássemos espontaneamente do dever, a que nos constituamos pedra de tropeço na Obra do Cristo, neste momento de decisão. Impõe-se examinar as suas disposições para adquirires maioridade espiritual nas tuas decisões imortalistas, diante das tarefas assumidas com o Senhor, na pauta do teu progresso espiritual, com a visão colocada no futuro dilatado.
Esforça-te, vencendo o adversário oculto que reside na plataforma do eu enfermo, e, combatendo-o aguerridamnente com as armas superiores do amor e da perseverança, não recalcitres mais, não te permitas a negligência da ociosidade, nem o sonho utópico do prazer chão que obscurece os painéis da alma e entorpece as aspirações para voos mais altos. Como as “más palavras, corrompem os costumes", os pensamentos frívolos intoxicam o espírito. Um dia, o sublime Espírito do Cristo desceu à Terra para fundar um Reino e atirou os alicerces da sua construção na alma humana dando início à edificação de um País como jamais alguém houvera sonhado – O Reino d’Ele está em todos nós, pedras angulares que nos tornamos, do edifício da esperança, para a futura humanidade feliz. Enquanto raia nova aurora para o homem melhor, levanta-te obreiro da Vida para o trabalho sublime do Reino de Deus que já está na Terra e no qual te encontras engajado desde ontem para o breve término, quando o Senhor tomará das tuas e das nossas mãos alçando-nos, pelas asas da prece, à plenitude vitoriosa do espírito vencedor da matéria e da morte.
“Pois digno é o trabalhador do seu salário"
“Á cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz universal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e marchai para frente: a lei dos mundos é a do progresso".
Fénelon - (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 1º — Item 10, parágrafo 3)
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Lucas 10:7
E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário. Não andeis de casa em casa.
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