A Vida Conta
Versão para cópiaAfetos relembrados
Alma querida, escuta: Depois de compromissos assumidos, De coração atônito, avistaste Formosas afeições de tempos idos… Não sabes definir o sentimento Que te parece fome, em que lutas e esperas, Ansiando reaver cuidados incessantes, Contatos e alegrias de outras eras. Eis que a reencarnação, vedando-te as lembranças, Não te deixa extrair da névoa transitória Nomes e posições, impulsos e ocorrências Que a vida te guardou no escrínio da memória… Mas a lei da atração te fala sem barulho, Na força do reencontro inesperado, Sobre a nova expressão em que se te apresentam As ligações que volvem do passado. Alma presa ao dever em que te ajustas, Bastas vezes te vês em pranto ardente; Queres reter, de novo, os laços prediletos De que vives ausente. Entretanto, alma boa, louva sempre A prova que te envolve o próprio “eu”… Firam-te estranhas dores, permanece No trabalho que o Céu te concedeu. Ama, abençoa, ampara, esclarece, aprimora… Essas almas queridas São flores que plantaste noutro tempo. Entre sombras e luzes de outras vidas. Não lhes negues carinho e reconforto, Mas não te faças coração em chama, Ensina-lhes o amor em sacrifício Com que o Cristo nos ama. Cumpre as obrigações em que Deus te resguarda, Sem de leve rompê-las… E, um dia, encontrarás o amor de teus sonhos mais altos, No País das Estrelas. |
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