Aceitação e Vida

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Capítulo III

Aceitação e vida, cap. 3

1. — Ânimo e conquista.

Tenhamos o ânimo fortalecido para levarmos a bom termo todas as provações que a terra reserva a quantos a procuram para a conquista da felicidade espiritual.


2. — Doentes queridos.

Os amigos espirituais cooperam sempre com os nossos esforços no sentido de aliviar os doentes queridos.

Auxiliam-nos com o concurso espiritual para que as dores não perturbem em excesso o organismo depauperado e abatido de nossos enfermos.

Sustentemos a serenidade e continuemos pois, com a fé em Deus.


3. — Edificação íntima.

Reconheçamos que na terra não podemos esperar nenhuma alegria a não ser aquela que nasce da dor, isto é, do sentimento de edificação íntima, dentro do cumprimento exato e severo dos deveres que se acham aí afetos a cada personalidade.

Confiemos em Deus e saibamos aceitar com valor moral as suas sagradas determinações.


4. — A linha de conduta.

Se as expectativas ansiosas saturaram-nos a alma, saibamos afrontá-las com a calma requerida e a necessária serenidade.

Não nos desviemos dessa linha de conduta sabendo equilibrar o coração no centro de nossas obrigações sagradas de filhos, esposos e pais.

Contamos sempre com o auxílio fraterno de benfeitores espirituais em todas as oportunidades e conjunturas renovadoras, a estudar conosco as possibilidades novas e as mudanças benéficas do porvir.


5. — Luz em nossa estrada.

Seria ideal se reconhecêssemos a necessidade imperiosa de entregar-nos a um trabalho de profunda conciliação dentro do lar. Conquanto sejam escassas as possibilidades dessa fusão de almas, pelas fundas incompreensões e incompatibilidades espirituais existentes entre as criaturas, mantenhamo-nos no objetivo maior de amarmo-nos uns aos outros como Jesus nos tem amado.

Quanto nos for possível, voltemo-nos para o lar, entregando o coração ao sacrifício, cheios de esforços novos para deliberarmos dignamente quanto a manutenção dos fragmentos de nossa alma, até que a misericórdia do Altíssimo faça luz, muita luz, em nossa estrada, integrando-nos na posse da verdadeira compreensão espiritual.


6. — Oração, trabalho e sacrifício.

Nós bem sabemos da posição da mulher em uma sociedade que, infelizmente, ainda representa com as suas praxes e preconceitos, um verdadeiro instrumento de provas para o indivíduo e, considerando os laços afetivos dos filhinhos, o contágio dos exemplos, não nos abalançamos a sugerir qualquer atitude precipitada. Antes aconselhamos-lhe a oração, o trabalho e o sacrifício.


7. — Esforço pessoal e prece.

O ideal de buscarmos uma colocação, uma compensação ao esforço pessoal, é muito sagrado e santo aos olhos do Mais Acima, daí recomendarem-nos a preferência pela prece animadora, rogando ao Senhor nos ampare em nossos bons propósitos.


8. — Os tesouros da vida.

Nosso exemplo de renúncia no lar, ensina aos filhos o valor e o desprendimento; nosso trabalho digno mostra a eles onde estão os maravilhosos tesouros da vida.

Deus há de ensinar-nos os passos e as aspirações. Ele que é todo misericórdia e todo Amor, nos protegerá com o manto de sua piedade infinita.


9. — As grandes realidades.

Enrijemos nossa enfibratura espiritual, compreendendo o quanto antes, e para nosso próprio benefício, as grandes realidades da vida.

Confiemos na bondade de Deus, e tudo o mais será conciliado de maneira a cumprirmos austeramente com os nossos deveres.

Mas fé, muita fé, pois o amor de Jesus há de nos amparar em todos os transes e dificuldades.

Que a paz do Divino Mestre seja uma bênção harmoniosa em todos os corações.




Margarida
Francisco Cândido Xavier

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