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Capítulo XII

Dia dos pais


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Casimiro era bom pai…

E pai sempre é o companheiro

Que trabalha todo dia

Para cavar o dinheiro.


Para que tanta moeda?

Ouço a pergunta, assim rasa…

Não respondo… Pai é sempre

O grande esteio da casa.


É a compra em supermercado,

Levando o carro de mão,

É a conta da leiteria,

Da luz, do gás e do pão.


É a despesa no colégio

De quatro filhos pequenos,

O preço da condução,

Sempre mais, nunca de menos.


É o pagamento ao dentista,

É a grana da costureira,

O preço das aulas-extras

À criançada matreira.


É a prestação em aumento

Do pequenino lugar

Que lhe conserva a família

Na bênção do próprio lar.


É a cobrança da farmácia

Das encomendas do mês,

O pobre, em sabendo quanto,

Coça a cabeça outra vez…


É a verba particular

Que deve trazer em mão,

Para os frequentes consertos

Da velha televisão.


É o cobre ao cabeleireiro,

A conta do eletricista,

As notas do verdureiro

Com pagamentos à vista…


Casimiro chega em casa,

Cansado, suor na testa…

Trabalhara no domingo

Mas achou o lar em festa.


Encontrou seus velhos pais,

Entre vizinhos em bando,

A esposa, o bolo mais rico

E a meninada cantando…


Sem graça, saudou a todos,

E, ao encostar-se na mesa,

O pobre via a festa,

Meditava na despesa.


Os quatro filhos cantavam:

— “Todo pai tem seu dia,

Viva o papai sempre amigo

E viva a nossa alegria!…


Viva o papai sempre amado

E viva o nosso vovô!…”

Mas a pensar em despesas,

Casimiro desmaiou.


.Jair Presente




.Jair Presente
Francisco Cândido Xavier

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