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Capítulo V

Concurso de samba


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Foi num concurso de samba.

O nosso amigo Ribeiro

Entre os demais concorrentes,

Estava sendo o primeiro.


Moças e moços de fama,

Após ligeira merenda,

Afastavam-se da festa

Largando-se da contenda.


Ribeiro continuava

E, escorado na moringa,

De hora em hora, reclamava

Um grande copo de pinga.


A equipe dos musicistas,

Composta de gente amiga,

Doava substitutos

A quem mostrasse fadiga.


Ribeiro continuava

Tomando conta da praça,

Dançando e gesticulando,

Alimentado à cachaça.


Decorridas vinte horas,

Num grito desabalado,

Ribeiro caiu no chão…

Estava desencarnado.


Um médico trazido a exame,

Discreto, falou à parte,

Explicando a conhecidos,

Quanto à suspeita de enfarte.


O morto, de nosso lado,

Olhando o corpo no chão,

Clamava: “Jesus me valha

Mártir São Sebastião.”


Depois, conheceu conosco

Um colega, seu amigo…

Chorando, exclamou: “Manoel,

O samba acabou comigo!…”


Manoel que lhe fora par

No Roçado do Vai Vem,

Falou a ele: “Ribeiro,

Samba não fere a ninguém…


Quem te roubou vida e força,

Não foi samba, nem foi ginga.

Dança e música são nossas,

Quem te matou foi a pinga.”


.Jair Presente




.Jair Presente
Francisco Cândido Xavier


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