Alma e Vida

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Capítulo XXVII

Festa de amor


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Enquanto o mundo, lá fora,

Suporta rude tormenta,

Sob a discórdia violenta

Que sombra e angústia descerra,

Neste pouso de esperança,

Artistas e benfeitores

Espalham bênçãos e flores

Que afastem a dor da Terra.


Tantos convites à paz,

Que a fé reúne e condensa,

Para que a paz brilhe e vença,

Reconforta-nos ouvir…

Notando a vossa bondade,

Em que me inspiro e comovo,

Sentimos Jesus, de novo,

No presente e no porvir.


Soubestes ler a mensagem

Da Natureza divina,

O Sol jamais raciocina

Para dar luz e calor;

A fonte serve sem paga,

O ar é um brinde opulento

Que verte do firmamento

Em oceanos de amor.


As árvores generosas,

Tanto aos homens, quanto aos brutos,

Entregam seus próprios frutos,

Diferentes, tais quais são;

Os pássaros, onde surgem,

Usando requinte de arte,

Exaltam, em toda parte,

A força da Criação.


Também vós, no excelso câmbio

Do Bem que traz a alegria,

Que, sobretudo, alivia

Tantos pais e tantas mães,

Guardais convosco os prodígios,

Na química do talento,

Que amparam o sofrimento,

Trocando rosas por pães!…


Acendestes com bondade,

No fulgor da inteligência,

A luz da beneficência,

Corações amados meus!…

A vossa festa de auxílio,

Tão-só por si nos revela

Que a vida é sempre mais bela,

Buscando a Bênção de Deus.


.Maria Dolores



.Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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