Alma e Vida
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No atendimento à penúria Da multidão que desfila De alma cansada e intranquila, Rogando agasalho e pão, Não digas que esse trabalho Vem de vaidade ou loucura Desprimorando a cultura Ou deprimindo a visão… Silencia por instantes O alarme da inteligência E escuta na consciência O coração a falar; Essa fila enorme e aflita É nossa família à frente, Pedaço de nossa gente, Em torno de nosso lar. De sentimento a guiar-te, Notarás no próprio peito Surgir imenso respeito Por esses irmãos na dor; Olha o garoto que passa, Enfermo, de olhar sem brilho, Podia ser nosso filho, Gritando por nosso amor. Fita os irmãos fatigados Sob as rugas da incerteza, Marcados pela tristeza De quem vive sempre a sós; Foram jovens cintilantes, Que em meio à graça e ao ruído, Talvez pudessem ter sido Nossos pais, nossos avós… Alegra-te por servi-los. Doar-lhes paz e esperança É próprio de quem avança Cumprindo as Divinas Leis; Acolhe-os e escutarás A voz do Cristo, onde, fores: — “Todo o amparo aos sofredores É sempre a mim que o fazeis.” .Maria Dolores |
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