Antenas de Luz
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No quarto ano de saudades
Querida mãezinha Priscila e querida Lú, estamos no quarto ano de saudades, mas não temos tempo de comemorar.
Renascimento na morte do corpo dispensa bolos e as velas são outras. Entretanto, contentamo-nos com as orações por nossa paz. E já é muito.
O Evaldo faz de minhas palavras o mesmo recado à nossa irmã Eunice.
O Paulinho e ele desejariam escrever para as mães queridas, Therezinha e Eunice, mas não temos mais telégrafos para movimentar. Se puderem, requisitem telefones em maior número, para que a gente consiga dialogar.
Penso nas instruções sobre eletricidade na Escola de Mococa e recordo minha queda ou mania por antenas. Contudo não tenho meios de criar os recursos a que me refiro. Precisamos de telégrafos resistentes, examinados e usados por muito tempo, a fim de que a mensagem fique clara e proveitosa. Em razão do que registro, não reclamem.
O Paulinho Cossi diz à nossa irmã Therezinha que os familiares foram bem recebidos. Tudo bem.
Querida Barata, transmito um recado do Xalo, o Antônio Carlos de Almeida, aos familiares, — ele pede para que estejam tranquilos.
Ninguém condene as motos. Carros, motos, vagões, aviões, carroças, charretes, cavalos e locomotivas, tudo vem a ser a mesma coisa quando a morte deve assinar presença.
O Ivan também nos solicitou seja dito ao seu pai Bernardo, que vai seguindo bem e pede à mãezinha conformação e bênçãos.
Agora é o ponto final. Mais telefones ou mais telégrafos produzirão mais mensagens. Façamos uma concorrência e vejamos quais as firmas capazes de fornecer o material com mais vantagem.
Paz a todos os nossos e aos que não se acreditam nossos. É o melhor que lhes posso desejar.
Deus abençoe o entusiasmo da Lú no serviço do bem e que o amanhã nos encontre melhores do que hoje. Para o querido Pescador e para a querida mamãe um beijão do
Grupo Espírita da Prece, 12 de dezembro de 1980. Uberaba, Minas Gerais.
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