Antologia da Espiritualidade
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Ouve, coração
Perguntas, coração, Como sanar as dores sem medida, De que modo enxugar a lágrima incontida Sob nuvens de fel e de pesar!… Recordemos o chão… Quando o lodo ameaça uma estrada indefesa, Em cada canto roga a Natureza: Trabalhar, trabalhar. Fita o aguaceiro que se fez tormenta. Ao granizo que estala, o vento insulta; Seio de mágoas que se desoculta, A terra, em torno, geme a desvairar… Mas, finda a longa crise turbulenta, Sobre teto quebrado, pedra e lama. Renasce a paz do céu que vibra e chama: Trabalhar, trabalhar. Ressurge, inalterado, o sol risonho, Não pergunta se o mal ganhou no mundo, A tudo abraça em seu amor profundo, A criar e a brilhar! Recebe cada flor um novo sonho, Cada tronco uma bênção, cada ninho Canta para quem passa no caminho: Trabalhar, trabalhar. Assim também, nas horas de amargura, Enquanto a sombra ruge ou desgoverna, Pensa na glória da Bondade Eterna, Acende a luz da prece tutelar! E vencerás tristeza e desventura, Obedecendo à voz de Deus na vida Que te pede em silêncio, à alma ferida: Trabalhar, trabalhar. |
Essa mensagem foi publicada originalmente em 1971 pelo IDE e encontra-se no 16º capítulo do livro “”
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