Antologia da Espiritualidade

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Capítulo XXIII

De alma para alma


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Escuta, alma querida!

Ante as perturbações e os empeços da vida,

Onde não possas ajudar

A dissipar a treva e extinguir o pesar,

Nada fales, em vão!…

Uma palavra, às vezes, tão somente,

Na moldura de um gesto irreverente,

Basta para espancar o coração.


Se anotas sombra e dor, por onde jornadeias,

Dá consolo e respeito às aflições alheias…

Tempo vai, tempo vem…

E assim como o carvão se faz diamante puro,

Na forja do destino, em louvor do futuro,

Todo mal se converte em coluna do bem.


Usa o verbo, esparzindo novas luzes,

Não condenes, não firas, não acuses!…

Onde enxergares pedra, lodo, espinho,

Cobre de paz e amor as lutas do caminho.


Lembremos nossos erros, teus e meus!…

Todos sofremos provas, alma boa,

Trabalha, serve, ajuda, ama, abençoa

E encontrarás contigo a presença de Deus.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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