Antologia da Espiritualidade

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Capítulo XXXI

Bendito sejas


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Bendito sejas, coração amigo,

Pelo pão que dás, à porta,

Ao companheiro que se desconforta,

Na aflição da penúria sem abrigo!…


Deus te faça feliz pela roupa que ofertas

Aos torturados do caminho,

Que tanta vez se vão no desalinho

Das feridas que trazem descobertas…


Deus te conceda o prêmio da ventura

Pela ternura sorridente

Com que levas ao doente

O amparo do remédio e a esperança da cura.


Deus te guarde na fonte da alegria,

Para lenir, no esforço a que te dês,

A orfandade e a viuvez

Que vivem para a dor de cada dia.


Deus, porém, te abençoe, coração brando e pasmo,

Com a mais sublime recompensa,

Quando olvidas a intromissão da ofensa,

O golpe da injustiça e a pedra do sarcasmo.


Deus te exalte no santo esquecimento

Do mal que te golpeia,

Reduzindo a extensão da chaga alheia

Sem cogitar do próprio sofrimento.


Bendito sejas, coração submisso,

Embora sábio entre os mais sábios,

Pela palavra boa de teus lábios,

No exemplo da bondade e do serviço,

Porque o amor transforma a sombra em luz

E o perdão, onde ampare, nunca erra,

Auxiliando a vida em toda a Terra

Para o Reino Divino de Jesus.




Essa mensagem foi publicada originalmente em 1969 pela FEB e é a 8ª lição do livro “”



Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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