Antologia dos Imortais

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Capítulo XXXIII

Anônimo


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Vento gelado dá beijos traiçoeiros

Na face contraída do mundo

Com lábios de cadáveres insepultos.

As folhas do arvoredo, tiritantes de frio,

Sussurram gemidos lassos…

Os insetos enrouqueceram…

Trino cavo de pássaro doente

Dissoa tristura pelo espaço…

A Natureza hiberna no frigorífico da terra.


Aqui, no homem sem corpo,

As algemas agrilhoantes do destino

Enroscam-se à mente sufocada.

Quanta aflição nas celas dos remorsos!

Coroa de espinhos

Dos atos que não foram feitos…

Galopeia o pensamento!


Aí, dos bastidores do silêncio,

Debulha a melodia mental

Galgando as montanhas de ar,

E fende as cinzas do céu…

Há revérberos de sorrisos

Chuviscando na amplidão!

Arco-íris em noite escura…

Primavera na invernia…


Chora perdão o Espírito amparado…

Gêiser de fé esfervilhando sensações,

Age a prece do bom

Entrando, em triunfo de amor,

Na Cidade dos 1njustos…


. Embora sob o manto do anonimato, registamos aqui a presença de grande poeta modernista.



homem sem corpo, isto é, sem corpo carnal.

Cidade dos 1njustos: o Umbral.


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier

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