Apostilas da Vida

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Capítulo XVII

Casamento e Divórcio


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Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor.

Isso geralmente porque um dos cônjuges veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

Dois Espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, encontram-se ou reencontram-se no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo o esquema de obrigações regenerativas.

Reincorporados, porém, na veste física se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

O tempo, que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido entre deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quando mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimentos de valores substanciais em favor da vida do Espírito.

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um comércio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.

Compreendamos aqueles que não puderam evitar o divórcio, porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.




André Luiz
Francisco Cândido Xavier


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