Assembléia de Luz

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Capítulo XXXI

Criança nosso amor


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Ei-la! Alvorada nascente

Em meio do céu escuro,

Anunciando o futuro,

Entre nuvens, ao surgir!…

É a criança que aparece

Por lírio na tempestade

— Deus buscando a humanidade,

Na construção do porvir.


Aspiração torturada

Nas urzes do sofrimento,

Flor lançada à noite e ao vento,

Ternura em tempo de dor…

Uma criança que chora,

Sozinha e desprotegida,

Com toda a força da vida

É o mundo pedindo amor.


Coração ao desamparo,

Na mágoa em que se consome,

Ave sem ninho e sem nome

É um anjo em penúria atroz;

Um anjo que roga apenas

Proteção em que se guarde,

Para que possa, mais tarde,

Amar e servir por nós.


Companheiros da Bondade,

Ante essa flor que mendiga

Carinho de voz amiga,

Entendei e auxiliai!

Tendes em cada criança

Que em vosso apoio se arrime

Uma esperança sublime

Nascida de Nosso Pai.


Bendita a mão que levanta

O socorro, o lar, a escola;

Que afaga, serve e consola

Os filhos da provação;

Quem abraça os pequeninos,

No amparo que lhes descerra,

Está lavrando na Terra

O campo da redenção.



(Lembrança aos “Tios” da Creche do Centro Espírita Perseverança, em São Paulo, Capital.)



Irene de Souza Pinto
Francisco Cândido Xavier

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