Assembléia de Luz

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Capítulo XXIV

Cantoria do adolescente


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Muito difícil expor

Este assunto diferente;

Mas os mentores insistem,

Não posso ser renitente.

Na Terra de hoje é grande

A luta do adolescente.


Há muitas acusações

Em torno da petizada,

Muitos lhe notam abusos

No lar, na rua, na estrada,

E eis que um nome se lhe atira:

“Juventude transviada”.


De fato, a muitos excessos

A gente verde se lança,

Mas não se pode arredar

De nossa própria lembrança

Que a puberdade revela

O que colheu em criança.


Antigamente se viam

Meninas e rapazolas

Depois do trabalho em casa,

Entre petecas e bolas,

Livros, cadernos e lousas,

Lições, deveres, escolas.


Aos sábados e domingos,

Sempre na trilha dos pais,

Tinham passeios no campo,

Alguns folguedos a mais,

Visitas às goiabeiras,

Distrações nos laranjais.


Entretanto, atualmente,

Pelo “sim” ou pelo “não”,

Em qualquer parte da Terra,

É grande a transformação;

Desde cedo, a criançada

Está na televisão.


Os pequeninos atentos,

Seja na rua ou no lar,

Registram quadros tremendos,

Assuntos de arrepiar,

Assaltos, crimes e furtos,

E tocam a perguntar…


Querem saber sobre sexo,

Em todo e qualquer artigo;

Muitos adultos se ausentam,

Temendo entrar em perigo…

Papai diz: “Não tenho tempo”.

Diz mamãe: “Depois eu digo”.


Os pais, coitados, nem contam

As horas que o dia tem,

Necessitam trabalhar

No ritmo de vaivém,

Precisam pagar colégio,

Farmácia, gás, armazém…


Os meninos vão à rua

Para o que der e vier;

Procuram experiência,

Interpelando a qualquer;

Cegonhas e carochinhas

São casos que ninguém quer.


Nos fatos mais escabrosos,

A meninada se aguenta,

A turma toda se gasta

Na atividade violenta;

Aos doze anos, já sabe

O que aprendi nos quarenta.


Eu sei que há milhões de jovens

Honrando o próprio dever,

Falo aqui, unicamente,

Dos que só querem prazer

E chegam aos vinte anos

Pedindo para morrer.


Esses verdes companheiros

Sem controles e sem contas

Parecem fazer da vida

Uma vela acesa, às tontas,

A consumir-se apressada

No fogo de duas pontas.


Qual a Terra de amanhã?

Pergunto comigo a sós.

Responda quem tenha vez

E muito peito na voz;

Só peço a Deus que nos guarde

Com pena de todos nós.





Leandro Gomes de Barros
Francisco Cândido Xavier


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