Assuntos da Vida e da Morte

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Capítulo VI
Ilustração tribal

Fábio Mário Henry


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Fábio, jovem de hábitos simples, prestativo, apegado à família e aos amigos. Quando deixou o convívio do lar, cursava o quarto e último ano de agronomia na Universidade Federal do Mato Grosso.

O prestígio que desfrutava junto à direção da Faculdade, em face do excelente desempenho como aluno, fez com que fosse diplomado.

Filho do Sr. Mário Duílio Evaristo Henry e de D. Hortência Henry, teve mais três irmãos: Dr. Lamberto Mário Henry, médico, casado com a Sra. Maria de Fátima Santana Garcia; Dr. Pedro Henry Neto, médico, casado com a Sra. Miriam Henry; e Ricardo Luiz Henry, solteiro, piloto da aviação comercial.

Relatam os pais que o primeiro contato com Chico Xavier foi doze dias após a sua desencarnação. Sem qualquer informação anterior a respeito, Chico lhes disse que naquele momento, duas senhoras, D. Maria da Conceição e D. Rosina, estavam presentes e que haviam socorrido o Fábio no Plano Espiritual. Trata-se da avó materna e bisavó paterna, há muitos anos desencarnadas.

Depois, foram seguidas vezes a Uberaba, e em 23 de agosto de 1986 receberam a mensagem que trouxe aos familiares tanto conforto e esperança.


DEPOIMENTO


Apesar de sermos espíritas há muitos anos, a desencarnação de Fábio trouxe profundas alterações em nossas vidas.

As visitas a Chico Xavier, os esclarecimentos que nos fazia, a mensagem que nosso filho nos enviou, fizeram com que o vigor na fé se redobrasse, estimulando-nos para o trabalho doutrinário e assistencial, consequentemente dando-nos o privilégio de colhermos os frutos, traduzidos por um conforto espiritual muito grande, que nos tem permitido continuar vivendo…

Os pais

ENSAGEM


Querida mãezinha Hortência, com o meu papai Mário, recebam os meus votos de paz e felicidade, com as bênçãos de Deus.

Mãezinha Hortência, todas as nossas provações já passaram. Aquele projétil acidental que me arredou da vida física se transformou em bisturi de benemerência, que me devolveu a harmonia e saúde ao coração.

Compareço aqui com o meu avô Pedro — o nono Pietro — lembrando que na próxima semana, isto é, na segunda-feira próxima, completaremos doze meses sobre a minha liberação espiritual.

Mãezinha, não se aflija pelo pobre irmão, que inconscientemente manejou a arma contra o meu corpo, e não se antagonize com o nosso amigo Albano, que não nos abandonou ao sabor das circunstâncias, mas precisava se afastar do local onde meu corpo tombou desgovernado. Era natural que ele não ficasse à mercê de novas iras gratuitas.

Havíamos saído da danceteria com a alegria de dois estudantes que se regozijassem com aquelas horas de entretenimento e dialogávamos com a alegria que desejo cultivar novamente à frente dele. Não permita que meus irmãos lhe julguem o comportamento com desacerto, porque o nosso prezado Albano não podia e nem devia permanecer no mesmo lugar que caí para não mais levantar. Não hospede o ressentimento em seu coração.

Mãe, você foi sempre o perdão e o entendimento para nós, os seus filhos. Não se admita ressentida com um amigo que para mim foi sempre um irmão.

Aqui estou ainda com a presença da vovó Rosina que é testemunha de tudo quanto lhe digo. Posso dizer-lhe, com permissão dos nossos Mentores da minha vida nova, que o bisavô Evaristo, que atirou sobre o próprio peito, suicidando-se na 1tália, sou eu mesmo, que tive o coração aniquilado por um tiro acidental.

E veja, querida mãezinha, que já conquistamos algum progresso segundo as Leis de Deus. Na posição do chamado “nono Evaristo” despedacei o meu peito com um projétil no suicídio, e resgatei minha dívida fora das sombras da autodestruição, porque o tiro não partiu de mim contra mim mesmo, e sim de um irmão desconhecido, que fora das condições normais, já que se mantinha embriagado naquela madrugada de 25 de agosto passado, desfechou um tiro contra mim, sem a intenção de acertar-me.

O suicídio não foi resgatado com um outro suicídio, e, sim, com uma agressão involuntária, em que o próprio agressor ignorava o que fazia. Tudo passou e estamos a caminho de uma vida melhor.

Agradeço ao irmão Lamberto o carinhoso cuidado de médico humano e competente que ele é, e peço-lhe dizer que o socorro não surgiu tarde, porque, em meu próprio benefício, não haveria medidas de salvação para o meu corpo frustrado.

Nobre Lamberto! Fez tudo para que o irmão revivesse, com alma e coração!

A ele, ao Ricardo e ao Pedro, o meu fraterno abraço com muitas saudades. E esperando, querida mamãe, que você apenas chore de alegria e de agradecimento a Deus, com respeitoso afeto a meu pai Mário, peço-lhe receber o coração reconhecido, esmaltado de carinho e saudades, do seu filho, sempre o seu filho do coração.


Fábio Henry

23.08.1986


ELUCIDAÇÕES



1) Pedro Henry — Avô paterno, nascido em Lucca — Itália, a 02.01.1897. Chamava-se Pietro Henry. Posteriormente naturalizou-se brasileiro com o nome de Pedro Henry. Desencarnou em Santo André — SP, a 23.06.1964.



2) Albano Borges — Amigo de Fábio.



3) Rosina Giambastiani Henry — Bisavó paterna, nascida em Lucca — Itália a 30.12.1876. Casada com o Engº Evaristo Henry. Imigrou para o Brasil, vindo a desencarnar em São Bernardo do Campo — SP em 25.01.1950.



4) Evaristo Henry — Bisavô paterno. Nascido em Lucca — Itália a 09.02.1871. Engenheiro ferroviário, funcionário do governo italiano, suicidou-se em 08.02.1920 em sua terra natal, onde trabalhava, com um tiro no coração.


Através da mediunidade de Chico Xavier, inspirada pela Espiritualidade Maior, tem-se a oportunidade de compreender a importância da reencarnação no ajuste dos erros cometidos, em face do livre arbítrio que nos impulsiona para o aprimoramento do Espírito, através das vivências reencarnatórias.


Paulo de Tarso Ramacciotti


Os pais
Francisco Cândido Xavier

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