Augusto Vive

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Capítulo III

Tentação


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Meu chapa, sei que estou no dente-de-leite das letras e você me pede uma jogada sobre tentação. Olhe que não é bolinho largar as papas nessa brasa.

Depois que fui transferido de paróquia, fiquei cabrero pra burro e não posso pregar as pestanas nos papos que me lançam daí.

Tentação. Sei lá o que é isso? Se eu entrar nessa canoa, pranchando alguém, farei o papel do molambento sarrafeando o esfarrapado.

Quando algum cara ou alguma cara de garota sensacional engrenavam alguma badalação pra cima de mim, sentia logo o sopro de geladas, anunciando fossa ou salseiro; e, quando estava quase no ponto de me entortar, ensebava as canelas, deslanchando pra frente.

Creio hoje que tentação é o estado do cara que aceitou as ideias de outro cara portador de cuca igual à dele.

Coloque um prato de grana pra pegar passarinho e veja se algum deles se interessa. Faça o mesmo diante de algum malandro e você verá o pente fino remexer a carroçaria até fazer a escamoteação do material e pirulitar-se.

Se você quer viver livre de tentação, ande certo em sua avenida.

As corriolas de por aqui rodeiam muita gente na Terra, forçando a barra de quem carrega a barra dessa ou daquela faixa de desejo. Querem sarro de sexo, fofoca, martelada, madeira, fumaça, grilo, inferninho, erva e os cambaus.

Se você nota em sua moringa algum sinal de presença desses matulas que andam sem lata, dê uma recueta no estilo “perna pra que te quero”.

Se isso não der a maneirada precisa, ponha a boca no trombone, pedindo palas ao amigão Jesus Cristo. Essa pedida não falha. Mande a sua brasa, se manque e experimente. Então, você sentirá que a paz, por dentro de você mesmo, é um barato de Deus.




.: Para melhor compreensão de algumas expressões utilizadas pelo autor espiritual vide .



Augusto Cezar
Francisco Cândido Xavier

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