Aulas da Vida

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Capítulo VIII

Confiança


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Toda a nossa vida se baseia na confiança.

Ninguém caminha sem testemunho de fé.

O lavrador confia no solo e cultiva a sementeira que lhe assegura a colheita.

O oleiro confia no barro e plasma nele o vaso precioso que lhe garante a subsistência.

O artífice confia na matéria prima e dela retira a utilidade indispensável à civilização.

Nos mínimos atos da experiência comum, sustentamo-nos simplesmente pela fé.

Confiamos no aparelho gastrointestinal e alimentamo-nos, segundo as necessidades que nos são próprias.

Confiamos nos braços e devotamo-nos à tarefa a que o mundo nos concita a desempenhar.

Confiamos na segurança dos pés e tomamos a direção de que carecemos para a desincumbência de nossos próprios deveres.

Confiamos no cérebro e usamo-lo nas mais complicadas operações mentais, na extensão do progresso comum.


Assim, pois, em nos reportando aos problemas da sublime virtude, é imprescindível estabelecer a confiança em nós mesmos.

Decerto, não podemos dispensar a Proteção Divina, nos menores empreendimentos de cada dia, entretanto, não podemos olvidar o imperativo da fé em nossa própria capacidade de criar o bem e estendê-lo.

Levantemos-nos na senda que nos cabe trilhar e recordemos o tesouro das oportunidades que brilham em nossas mãos.

O tempo, a saúde, o equilíbrio e o conhecimento são recursos básicos que nos compete mobilizar no aproveitamento das bênçãos divinas.

Desfaçamos a neblina da hesitação e da dúvida, ao redor de nossos passos, e cumpramos nossas obrigações para com a Vida Superior.


Efetivamente é natural mantenhamos nossa fé viva em Jesus, na preservação do nosso próprio conforto, entretanto, é preciso não esquecer que Jesus, por sua vez, guarda a sua fé em nosso concurso para que se lhe materialize, enfim, na Terra, o reino da Paz e do Amor para sempre.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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