Bastão de Arrimo

Versão para cópia
Capítulo III

Laços de amor

“Agravam-se as dores, apertam-se os laços do amor, compreendeu? (…) O sofrimento com a fé em Deus transformará nosso pranto em vinho celeste!”


Querida mamãe, continuamos agora ainda mais unidos um ao outro para o serviço redentor nas lutas da Terra.

Agravam-se as dores, apertam-se os laços do amor, compreendeu? O seu trabalho de agora é também o meu trabalho.

Naturalmente que não estou entre sorrisos ao vê-la com tamanhos sacrifícios, mas recordo que Jesus também não riu ao subir ao Calvário.

A senhora, pois, não se preocupe sentindo-me algo triste. Não é amargura. É preocupação. Preocupação de observá-la em lutas tão agras, a sorver cálices tão amargos. No meio de toda esta batalha, porém, experimento singulares esperanças. A senhora não nota as estrelas mais brilhantes quando a noite é sem lua? Assim me acontece agora no coração. A fé é mais poderosa em minh’alma, a confiança brilha mais em meu Espírito, porque nós ambos estamos a caminhar espiritualmente sem o luar das consolações. Quase sós, ameaçados de desalento, cercados de provações, sob chuva de suor e lágrimas. Oh! mas o nossos orientadores, mamãe, dizem-me que assim é melhor, que assim esgotaremos mais facilmente a taça das imperfeições de outros tempos.

O sofrimento com a fé em Deus transformará nosso pranto em vinho celeste! Na Terra, é difícil compreender isto, mas o Céu nos dará bastante luz espiritual ao entendimento. Sigamos para frente, certos na bondade inesgotável da Providência.

A saúde de Pazinha nos preocupa bastante. Pode crer que as suas inquietações são também nossas. Dê a ela conselhos para se tratar convenientemente, enquanto é possível e as suas energias ajudam. E agora, que quer a senhora mais que eu lhe diga? Que nunca a esqueço, que nunca a abandono, que estou sempre a seu lado?

Creio não precisar repetir. Fique, contudo, mais uma vez com meu coração. Faça dele o que quiser porque sou seu filhinho, seu amigo e seu escravo também.

E rogando a Jesus nos proteja na luta para o triunfo espiritual que não é deste mundo, abraça-a o seu filho do coração,




Mensagem recebida em Pedro Leopoldo no mês de maio de 1943.


A referência à Pazinha, irmã de Dª Adélia e tia do Espírito comunicante, se deveu a um problema de descontrole da Tireóide que a afetou na ocasião, no que foi tratada pelo médico endocrinologista Dr. Salomão Correia da Silva.



William
Francisco Cândido Xavier

Este texto está incorreto?