Bazar da Vida

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Capítulo X

O caso Libório


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Libório, depois da festa,

Chegou, reclamando em casa,

Cambaleava e gemia,

Mostrando os olhos em brasa…


Despejou-se numa cama,

Desvestiu-se sem cautela

E passou a vomitar

Saliva grossa e amarela.


Gritava com dor no ventre,

Dizia-se com tonteira,

O coração disparava

Com tremenda batedeira.


Excedeu-se na festa,

Devorando peixe assado,

Com batida de limão

Num grande copo de lado.


Depois comera cabrito,

Torresmo, chouriço e frango,

Sentindo-se entusiasmado,

Caiu, feliz, no fandango.


Cantou, dançou, batucou,

Tocando antiga viola,

Que trouxera resguardada

Por dentro de uma sacola…


Agora, clamava aos berros,

Ele, o touro e amigo forte,

Que não aguentava as dores,

Que via, de perto, a morte…


À noite, foi à sessão

Com o apoio de enfermeiro,

Queria ouvir o Irmão Júlio,

Seu guia e seu companheiro.


No momento da consulta

Disse o Libório: “Ah! irmão,

A doença me apanhou,

Vivo agora em provação…”


“Que diz o meu caro Guia?

Pois creio em sua virtude,

Necessito, quanto antes

Retomar minha saúde!…”


O Amigo Espiritual

Respondeu com gentileza:

— “Vi você, ontem, na festa,

Gostei de sua destreza.


“Tenha calma, irmão Libório,

Guarde a Fé, pense no Bem,

Deus é um Pai que nunca dorme,

Nem abandona a ninguém.


“Mas escute este rifão

Que ofereço ao seu amparo:

Quem a paca caro compra,

Pagará a paca caro.”




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier

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