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Capítulo XVII

O irmão conselheiro


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Servindo de auxiliar

Para um mentor enfermeiro,

Entrei no lar confortável

Do irmão Genésio Pinheiro.


O instrutor que me levava

É um prestimoso atendente

Que declarava Pinheiro

Necessitado e doente.


Qual não foi o meu espanto,

Ao notar no visitado

Um quarentão alto e forte,

Notavelmente trajado.


O mentor recomendou-me

Silêncio, calma e atenção…

Sentado, o dono da casa

Escrevia ao próprio irmão.


Postados à retaguarda,

Sem querer, eu mesmo lia

Tudo aquilo que Pinheiro

Fraternalmente escrevia:


— “Prezado mano Jojota

— Dizia, na carta amiga —

Conforme os tempos de hoje,

É preciso que eu lhe diga…


“Para guardar a saúde,

Você, que é moço educado,

Conserve os nossos princípios

E tenha muito cuidado.


“Durma cedo. Evite farras.

Não busque dor-de-cabeça,

Nem procure a companhia

De moças que não conheça.


“Nada de álcool na boca,

Nem mesmo vinho ou licor,

Fuja do ar poluído

De qualquer rua a transpor


“Não fume, porque o cigarro

Parece trama ou feitiço,

A pessoa quer deixá-lo,

Depois não pensa mais nisso.


“Não coma carne de porco,

Nem beba água qualquer…

Lembre sempre os três perigos:

Fumo, bebida e mulher…”


Nesse tópico da carta,

Pôs-se a ler o texto feito,

Mas sentiu, desconcertado,

Uma forte dor no peito.


Fitando a carta na mesa,

Sob enorme desconforto,

Ergueu-se e saiu gritando…

Em seguida, estava morto.




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier

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