Bazar da Vida
Versão para cópia
Para servir e amar
Amigo, você me pede Para que o livre das crises, Queixando-se amargamente Dos momentos infelizes; Diz haver chorado tanto Que hoje é um pobre sofredor, Arrastando a dura carga De desenganos do amor. Decerto, você julga em mim Um companheiro eminente, Mas sou apenas Jair, O amigo Jair Presente; Um pequeno servidor, Procurando sem alarme, Entre as pedreiras da vida O processo de encontrar-me. Você sabe: a evolução Não aparece de estalo… Sinceramente, não sei O modo de consolá-lo. Sabendo, porém, que a dor É disciplina de lei, Anoto para conversa Um caso que acompanhei. Junto a uma estrada de barro Em que eu fazia ida e vinda, Via sempre admirado Uma cana nobre e linda. Dava gosto vê-la enorme A balançar-se no vento E pensava: “o que seria Do seu tronco suculento?” Certo dia, veio um homem E atacou-a de facão, Depois, cortou-a aos pedaços Sem que eu soubesse a razão. Ao valente cortador Que estava de boa veia, Supliquei para segui-la E, atônito, acompanhei-a. Ela foi largada a um canto, Depois, levada à moenda, Foi triturada, de todo, Para o açúcar na fazenda. A cana altaneira e bela Tinha um dever a cumprir: Submeter-se à moenda Para a missão de servir. A vida é assim, meu caro, Para ter o dom de amar, Qualquer pessoa no mundo Há de sofrer e chorar. Se você chora, recorda Que Deus cuidará de si. Lembra o episódio da cana; Amar é sempre isso aí. |
Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 3.
Para visualizar o capítulo 3 completo, clique no botão abaixo:
Ver 3 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?