Bazar da Vida

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Capítulo III

Para servir e amar


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Amigo, você me pede

Para que o livre das crises,

Queixando-se amargamente

Dos momentos infelizes;


Diz haver chorado tanto

Que hoje é um pobre sofredor,

Arrastando a dura carga

De desenganos do amor.


Decerto, você julga em mim

Um companheiro eminente,

Mas sou apenas Jair,

O amigo Jair Presente;


Um pequeno servidor,

Procurando sem alarme,

Entre as pedreiras da vida

O processo de encontrar-me.


Você sabe: a evolução

Não aparece de estalo…

Sinceramente, não sei

O modo de consolá-lo.


Sabendo, porém, que a dor

É disciplina de lei,

Anoto para conversa

Um caso que acompanhei.


Junto a uma estrada de barro

Em que eu fazia ida e vinda,

Via sempre admirado

Uma cana nobre e linda.


Dava gosto vê-la enorme

A balançar-se no vento

E pensava: “o que seria

Do seu tronco suculento?”


Certo dia, veio um homem

E atacou-a de facão,

Depois, cortou-a aos pedaços

Sem que eu soubesse a razão.


Ao valente cortador

Que estava de boa veia,

Supliquei para segui-la

E, atônito, acompanhei-a.


Ela foi largada a um canto,

Depois, levada à moenda,

Foi triturada, de todo,

Para o açúcar na fazenda.


A cana altaneira e bela

Tinha um dever a cumprir:

Submeter-se à moenda

Para a missão de servir.


A vida é assim, meu caro,

Para ter o dom de amar,

Qualquer pessoa no mundo

Há de sofrer e chorar.


Se você chora, recorda

Que Deus cuidará de si.

Lembra o episódio da cana;

Amar é sempre isso aí.




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier


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