Cartas do Alto

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Capítulo XLIX

Perdão sempre


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Nunca digas
A palavra que espanca ou amaldiçoa…
Ainda quando estejas
Sob a pressão de pedras inimigas
Inspira-te nas forças benfazejas
E conserva o silêncio que abençoa!…

Se algo deves dizer, fala daquilo
Que te mantenha na impressão
De haver iluminado o coração
Para torná-lo mais tranquilo.


Não firas nem censures a ninguém,
Nem sequer a pessoa
Que te persegue ou te condena,
De vez que reprovar não vale a pena,
Seja qual for a trama
Que nos envolve e nos enleia.


Hoje, talvez, não haja treva nem lama
Na estrada que te leva à estrada alheia,
Mas quem sabe amanhã?
Em plena luta humana,
Quem poderá dizer que não se engana?


Quem se declarará sem brecha ou sem fraqueza
Perante as tentações que surgem de surpresa?
Quem de nós, os Espíritos da Terra,
Afirmará, com foros de verdade,
Que não cai, que não foge ou que não erra
Nas horas tristes da necessidade?


Se o mal te experimenta, em dado instante,
Escora-te no bem que nos garante
A plantação da paz que nos renova
E usa o verbo que ampare e que levante
Por transportar, no fundo,
A força que socorre os vencidos do mundo
Nas agruras da prova.


E se alguém te injuria
Por que ames, suportes e abençoes,
Cala, tolera e serve, dia a dia.


Todo perdão de agora é alegria de depois,
Porquanto, em qualquer tempo, é lei clara e sabida,
Onde a justiça reina e a razão rege a vida,
Seja aqui ou acolá,
Se te apoias no bem, na senda em que transites,
Pelos canais da luz e do amor sem limites,
Deus te sustentará.





Reformador — Fevereiro de 1974.


Segundo consta do original, o poema foi recebido em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 20/01/1973, em Uberaba. Minas Gerais.



Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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