Cartas do Alto
Versão para cópiaBuscando mais luz
Ergue-se o caminho da fé por subida incessante. Jornada de quem demanda os cimos, buscando mais luz e ampliando os horizontes da própria visão.
Qual ocorre em qualquer viagem para o Alto, dificuldades e riscos surgem à mostra. Em semelhante escalada, a queda é conhecida por desilusão, a tempestade é o tempo de angústia, o frio se expressa como sendo negação ambiente e o cansaço traz, frequentemente, a chancela de tristeza ou monotonia.
Os degraus da fé, porém, são nomeados por perseverança e serviço. Perseverança no trabalho e serviço aos semelhantes. Apoia-te ao corrimão da esperança e eleva-te constantemente, auxiliando e construindo, compreendendo e amando sempre.
De furnas distantes chegarão as vozes daqueles que pararam no início ou a meio do caminho, incitando-te a descanso indébito por se referirem à crueldade e abandono, discórdia e incompreensão. Não te detenhas. Todos os que se interromperam na estrada tornarão à marcha. Com a fé, procura a luz da verdade e todos se voltarão para a luz da verdade, agora, hoje, amanhã ou no grande futuro.
Se ocorrências amargas te constituem a cruz da provação nos ombros frágeis, prossegue mesmo assim.
Se tropeças e cais, não desesperes. Levanta-te e continua.
Triunfar não quer dizer avançar sem erros ou falhas, mas sim reconhecer que, apesar de nossas falhas e erros, é preciso seguir adiante, de coração inflamado na confiança, com a certeza de que a Divina Justiça a todos nos observa e nos retribuirá, a cada um, segundo as nossas próprias obras. Sejam quais sejam os obstáculos, prossegue à frente, estendendo o bem.
Na essência, a coragem da fé significa chama viva no próprio coração, clareando o caminho. E quem jornadeia com a bênção da luz não deve e nem necessita amedrontar-se à face das sombras. Recordemos, nesse sentido, que todas as trevas da noite, se forem condensadas e arremessadas de um só jato, não conseguirão apagar a simples irradiação de uma vela.
Reformador — Março de 1975.
Segundo consta do original, a página foi recebida em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 04/08/1972, em Uberaba, Minas Gerais.
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