Cartas do Coração

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Capítulo LXXXII

Sem dinheiro


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Não esperes pelo dinheiro a fim de auxiliar.

Tens contigo tesouros de carinho e fraternidade que mal consegues perceber.

Onde permanece o ouro suscetível de comprar a amizade pura e fiel?

Que joia haverá mais brilhante que a da frase estimulante e salvadora?

Que fortuna conseguirá adquirir a simpatia dos braços amigos que ajudam e servem?

Que moedas existirão sublimes e providenciais como os gestos de boa vontade e cooperação em nossa luta?

Não te esqueças do sorriso amigo com que podes imitar o raio de sol.

Há corações frios e escuros como as juras esquecidas da Terra e almas surgem, feridas e desoladas, que abandonariam prazerosamente todos os cofres recheados de dinheiro do mundo para se confiarem simplesmente à ventura do entendimento e da harmonia com algum coração transviado e infeliz, nos velhos precipícios da ilusão!…

Não condiciones tua caridade ao peso de tua bolsa.

Muitas vezes a dádiva material desajuda na hora mais negra de quem padece e chora na carne, mas estejamos convencidos de que o amor auxilia sempre, porque no amor vibra, em cada instante, a luz de nossa esperança com a sementeira divina de nossa redenção.




Olívia
Francisco Cândido Xavier

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