Cartas do Coração

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Capítulo XLVII

Cooperação


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Meu amigo, repara!

Tudo é cooperação

No berço que te embala.


O sol conserva o mundo

Em seus braços de luz

E a terra guarda a vida

Com carinho extremado…

A nuvem desce ao solo

E espalha a chuva amiga.

O chão abre-se em fontes

Que sustentam, felizes,

O campo aberto em flor…

O tronco viridente

É, mais tarde, agasalho;

A erva frágil de agora

Será repasto à mesa…


A abelha pequenina

É operária do mel…

A simples gota d’água

É bênção no deserto.


A rocha guarda o vale,

Garantindo-lhe o bosque…

O vale é a casa amiga

De sementes e frutos.


Em toda parte, tudo

É concurso e bondade.


Que fazes para o mundo

No concerto das cousas?


Que dás à natureza?

Que ofereces de bom?


Foge ao frio da inércia

E ajuda sem cessar,

Porque o tempo que passa

É o cobrador de Deus;

E amanhã sem tardança

Dar-te-á com mãos cheias

A resposta da vida

Àquilo que semeias.




Rodrigues de Abreu
Francisco Cândido Xavier


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