Cartas do Coração
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A vida é sempre A harpa divina Que podes tanger, miraculosamente, Pela carícia de tuas mãos. Quantas vezes, amigo, Podes improvisar O cântico da paz e a bênção da ternura Com o simples movimento Dos teus braços irmãos? Escutaste, algum dia, A música do afeto Que nasce, doce e pura, No tenro coração Da criança que ajudas? Conheces, porventura, O hino de esperança, De alegria e de sol, A erguer-se sem palavras Da alma reconhecida Aos teus gestos de amor? Há sempre um mundo vasto De júbilo infinito, A nascer de teus braços, Toda vez que arremessas Minúscula migalha De nobre auxílio aos outros. Aprende, enquanto é cedo, A plantar sem limites A ventura de todos No trabalho bendito Do progresso e da paz, Porque se as mãos inertes Se fazem antenas mortas, Os braços que se elevam No serviço comum São sempre asas brilhantes A desferirem voo, No celeste caminho Da harmonia e da luz. |
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