Na Seara do Mestre

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CAPÍTULO 26

Não ajuntam em celeiros

Vede as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. . .

(MATEUS 6:26. )

Olhai as aves do céu! Vede como vivem contentes e felizes!

Sabeis por quê? O segredo da sua felicidade está naquele "nem ajuntam em celeiros".

Não havendo celeiros, elas vivem em paz. Desconhecem as guerras cruentas e fratricidas, visto como não há, em sua sociedade, aquilo que desperta a cobiça e incita às conquistas. Não se verifica, outrossim, o delírio de domínio, porque não existe entre elas regiões restritas e privativas. As aves exercem sua atividade livre e francamente. Toda árvore lhes apresenta agasalho, todo ramo pode servir-lhes para sede de seus ninhos. A terra lhes dá de comer, as fontes lhes dão de beber, o Sol lhes fornece luz e calor.

Não medra em seus corações o ciúme, nem a inveja. Ciúmes de quê? Invejar o que está ao alcance de todos e que, por isso mesmo, todos podem possuir, e realmente possuem?


O roubo, a pilhagem e a violência são, a seu turno, crimes ignorados no reinado das asas. Nada existe ali oculto ou fechado. Tudo está ao alcance de todos. O mesmo esforço é exigido para as mesmas regalias. "Buscai e achareis"

é o programa estabelecido, é a lei vigente. Todos são ricos daqueles bens que constituem as utilidades da vida, os únicos verdadeiros e cujo valor não é fictício, nem imaginário, porém real, porque intrínseco.

A coletividade, sem exceção de nenhum dos seus componentes, desfruta e goza as bênçãos e as dádivas da Natureza. Não se veem famintos, sedentos e nus; não há pobreza, nem desvalidos no imenso aviário deste mundo, precisamente porque, nesse meio, "não se ajunta em celeiros".

Por mais paradoxal que pareça, são realmente os celeiros abarrotados e transbordantes que respondem pela fome, pela pobreza e pela miséria que infelicitam a sociedade dos homens. Sim, são dos celeiros que procedem as carestias, porque eles simbolizam o açambarcamento, os monopólios e todos os demais processos inconfessáveis sugeridos pelo egoísmo na sua louca expansão de acumular.

É da riqueza acumulada por certa minoria que resulta a pobreza que atinge a maioria. É o desequilíbrio econômico que gera a desigualdade e as injustiças sociais. Bens acumulados é sangue que não circula, congestionando certos órgãos enquanto outros estiolam à míngua do elemento indispensável à vitalização. O mundo se debate entre a pletora de uns e a miséria de outros. É um organismo doente. Carece de equilíbrio econômico e todos sabemos que só com este haverá saúde e alegria de viver.

Vede as aves do céu! Elas não ajuntam em celeiros.

Por isso são ricas, felizes e vivem em paz!




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Mateus 6:26

Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

mt 6:26
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