Cartilha da Natureza

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Capítulo XIII

O cajado


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Quem faça viagem longa,

Se é prudente e ponderado,

Jamais pode prescindir

Do concurso de um cajado.


Conduzir arma de fogo

Ultrapassa a obrigação,

Evite-se a qualquer preço

A morte e a destruição.


Entretanto, é indispensável,

Nas surpresas do caminho,

Que se guarde alguma coisa

Contra a pedra, contra o espinho.


O bordão é companheiro,

Não se aflige, não se assusta;

Permanece na defesa

Do esforço da causa justa.


Pode agir sem destruir,

Cede apoio com proveito,

Prestativo, atencioso,

Infunde calma e respeito.


Desvia o curso à serpente,

Traça rotas, vence o mato,

Em todas as latitudes,

O bordão é herói no tato.


Sonda o leito do caminho,

Pratica a verdade e o bem,

Onde há fogos e perigos,

Informa como ninguém.


Com seu auxílio é possível

Prosseguir e caminhar,

O próprio cego dos olhos

Não precisa estacionar.


Reparando-se, porém,

No ensino a que o quadro alude,

A jornada é nossa vida,

O bordão, nossa atitude.


Segue honesto, a passo firme,

De espírito sossegado,

Não sofras pelo dinheiro,

Mas conserva o teu cajado.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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