Cartilha da Natureza

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Capítulo XVIII

O campo e o jardim


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Nas lutas de cada dia,

Nas estradas da existência,

Lembra que o campo e o jardim

São pontos de referência.


Um é a esfera de trabalho

Que fica estranha ao teu lar,

O outro é a intimidade

Da vida particular.


No primeiro é a mão de Deus

Que decide com grandeza,

Na harmonia inescrutável

Das forças da Natureza.


No segundo é a criatura,

Que, usando elementos seus,

Ganha a vida, usufruindo

Os opimos bens de Deus.


O campo eterno, infinito,

Vai de um mundo a outros mundos,

É a vibração do universo,

Em seus problemas profundos.


O jardim é a casa amiga,

Pobre ou rica, sempre boa,

É a bela oportunidade

Da luta que aperfeiçoa.


As penas, as amarguras,

De um lar de trabalho e dor,

São trilhas que dão acesso

Ao bem santificador.


Quem não zele seu jardim,

Com sacrifício e bondade,

Mui longe está de atender

No campo da humanidade.


Entretanto, vemos homens,

Herdeiros dos fariseus;

Que já pretendem ser anjos,

Sem serem bons para os seus.


Se queres segar o campo

Da luz e do amor sem fim,

Não descuides um minuto,

Das coisas do teu jardim.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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