Cartilha da Natureza

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Capítulo XXIII

A derrubada


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Rangem troncos seculares

Aos golpes do lenhador.

É o machado formidando

No impulso renovador.


Toda a floresta se agita

Em terríveis convulsões,

Continua a derrubada

Que precede as plantações.


Sol quente. Suor. Serviço.

E as árvores vigorosas

Estraçalham com fragor

As frondes cariciosas.


Após o trabalho ingente,

A invasão do fogaréu;

Fumo espesso devorando

A doce amplidão do céu.


Gritam aves assustadas,

Sem ninho, sem paz, sem guia,

Animais inferiores

Vão fugindo em correria.


A seguir vem a coivara

Completando a grande prova,

É o termo da derrubada

A favor da vida nova.


Somente aí são possíveis,

Pasto verde e espiga loura,

Pomares e sementeiras,

Celeiro, casa e lavoura.


Já observaste que o homem,

Ao longo de toda a estrada,

Precisa também, por vezes,

Das foices da derrubada?


É a dor proveitosa e rude,

Surgindo em golpes violentos,

A força que retifica

A mata dos sentimentos.


Sem trabalho não teremos,

No caminho universal,

Nem casa com Jesus-Cristo,

Nem pão espiritual.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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