Cartilha da Natureza

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Capítulo XXVI

A usina


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Ao lado da queda d’água,

Se existe o rumor da usina,

É justo considerar.

A lição que o quadro ensina.


Da corrente que despenha,

Aumentando atividade,

Parte o fluido vigoroso

Que vibra eletricidade.


Transforma-se a cachoeira

Em gerador de energia,

Que a usina prestigiosa

Traduz com sabedoria.


A primeira exprime força

Suscetível de criar,

A segunda é o vaso amigo

Que procura aproveitar.


Uma dá, outra recebe

Com bondade e diligência;

Semelham-se a ordem calma

Ao lado da obediência.


Desse acordo delicado

Nasce o gérmen do processo,

Em que se organiza o bem

Do conforto e do progresso.


Desde então, vencida a sombra,

Há luzes pelos espaços,

Alimento à grande indústria,

Serviço a milhões de braços.


Por servir e obedecer,

Bondosa, confortadora,

Vem a usina a converter-se

Na sublime benfeitora.


O quadro revela aos olhos,

Em nobres clarões sem véus,

A cachoeira incessante,

Desgraças que vêm dos céus.


Quando houver em cada homem

A obediência da usina,

Toda a Terra brilhará

No trono da Luz Divina.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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