Cartilha da Natureza

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Capítulo XLV

O poste


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No quadro que te rodeia,

Em plano bem destacado,

Hás-de ver no poste humilde

Um servidor devotado.


Encontra-se em toda parte,

Com a decisão de quem zela,

Na cidade mais formosa,

Na lavoura mais singela.


Conhece o rumo acertado

Das fábricas, das usinas,

Coopera nos resultados

Do esforço das oficinas.


Ao calor do sol a pino,

Como à frescura do orvalho,

Sempre firme no seu posto,

Exemplifica o trabalho.


Atende aos bens do serviço,

Noite toda, dia inteiro,

Ampara a luz da avenida,

Como escora um chuchuzeiro.


Se há lugarejo às escuras,

Em justa necessidade,

O poste vence as distâncias,

Em busca da claridade.


Operários sem recursos

Para o pão de cada dia?

Vai direito às quedas d’água,

À procura da energia.


Auxilia nos transportes,

Coopera nas ligações,

Segura avisos na estrada,

Fornecendo informações.


Não cobra, por seus trabalhos,

Nem ordenados, nem multa,

Na sua doce humildade

É um benfeitor que se oculta.


O poste compele o homem,

Sem vaidade, sem cobiça,

A fugir, em qualquer parte,

Dos venenos da preguiça.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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