Cartilha da Natureza

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Capítulo LXXI

A água


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Água santa, bênção pura

Das bênçãos celestiais,

Que o Senhor te multiplique

Os doces mananciais.


Água que lavas o corpo

De todas as criaturas,

És a fonte de bondade

Que dimana das alturas.


Sangue vivo do planeta,

Na forma que aperfeiçoa,

Nos campos do mundo inteiro

Toda a terra te abençoa.


O teu impulso amoroso

É vida, perfume, essência,

És em todos os recantos,

Mãe das forças da existência.


Por ti, há pomares fartos,

Doçuras no lar que abriga,

Ventos frescos no deserto,

Orvalho na noite amiga.


Água tranquila e bondosa

Que acaricia o sedento,

Lavas manchas, lavas sombras,

Desde o solo ao firmamento.


Aclaras a imensidade,

Na borrasca, no escarcéu,

Circulas em toda a terra,

Depois de voltar do céu.


Água, santa, irmã da paz,

Da abundância, da limpeza,

Garantes o dom da vida

Nas luzes da Natureza.


Doce bem da Divindade

Que envolve os lares e os ninhos,

És a terna mensageira

Do amor de Deus nos caminhos.


Em todo lugar do mundo,

Haja paz, haja discórdia,

És a bênção paternal

Da Eterna Misericórdia.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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