Cartilha da Natureza
Versão para cópiaA capina
Nos serviços de defesa Da semente que germina, Não se pode descuidar Dos trabalhos da capina. Em torno à planta que nasce No escuro lençol do chão, Surgem ervas venenosas Tentando a sufocação. Crescem fortes, espontâneas, Nocivas e desiguais, Formando comprida esteira De grosseiros ervaçais. Alastram-se em toda parte… São verdura traiçoeira E, se vivem confortadas, Dominam a roça inteira. Que o lavrador cuidadoso Jamais se esquive à atenção, Trazendo-lhe, decidido, A justa eliminação. Ainda que mostrem flores Entre os ramos de alegria, Que todas sejam tratadas À lâminas de energia. Enquanto o grão não se forme Para a colheita madura, Capine a enxada ao redor, Tão atenta, quão segura. De outro modo, o mato inútil, Vadio, cruel, sem nome, Rouba grelos promissores, Deixando ruína e fome. Assim no mundo, igualmente, Quem deseje o nobre dom, Destrua dentro em si mesmo Todo impulso menos bom. Cultiva diariamente A vida elevada e sã: Não te esqueças da capina, Se queres fruto amanhã. |
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