Cartilha da Natureza

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Capítulo LXXVI

A lagarta


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A árvore é grande e bela,

Mas, na copa que se alteia,

Intromete-se a lagarta

Escura, disforme e feia.


No tronco maravilhoso,

Folhas verdes, flores mil…

O traço predominante

É a nota primaveril.


E basta uma só lagarta

De minúscula expressão,

Por fazer, na árvore toda,

Estrago e devastação.


De fato, o conjunto verde

É nobre, forte e preciso;

Mas, em todos os detalhes,

Há sinais de prejuízo.


A lagarta rastejante,

Mostrengo em miniatura,

Vai de uma folha a outra folha,

Dilacerando a verdura.


As flores, embora belas,

Perfumosas e garridas,

Aparecem deformadas,

Nas corolas carcomidas.


O passeio da lagarta,

Que demora e persevera,

Perturba toda a expressão

Da filha da primavera.


Por mais que enflore e se esforce,

A árvore peregrina

Trai, aos olhos, a existência

Do verme que a contamina.


Encontramos na lição,

Desse pobre vegetal,

O homem culto e bondoso

Com o melindre pessoal.


Há muitas almas na Terra,

De feição nobre e segura,

Mas o melindre é a lagarta

Que as persegue e desfigura.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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