Chico Xavier - Coração Missionário

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Capítulo XVIII

Louvor aos nossos pais


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Estou aqui, na condição de servidora dos mensageiros do Senhor,

Que nos pedem para amanhã honrar com todo amor

O dia consagrado aos nossos pais.


E eles são tantos,

Nos desejos mais santos…

Temos o pai humilde

Que se levanta quase acordado,

Muito cedo,

E que sai de sacola às mãos

Para ir ao mercado

Buscar sustentação para a família.

Chega com apenas alguns reais

Quando precisaria muito mais.

Não compra bifes nem galinhas,

Porque o dinheiro não dá.

Compra apenas verduras,

Abóboras, berinjelas, leite e pão

Para as crianças,

E regressa à casa, às vezes desapontado

Já que o armazém não vende mais fiado,

Mas se regozija na pobreza,

Agradecendo ao Pai a luz do Sol…


Vemos o pai

Que cai de grande altura

Nas elevadas prateleiras

De inúmeras construções, de grandes edifícios,

E morre com pesados sacrifícios

Na poeira do chão,

Guardando imensa dor no coração…


Vemos o pai cansado

Que se atormenta quando a esposa doente grita, grita,

E ele vai procurar consolo em outra parte.

Não nos espantemos

Pois há muito tempo foi assim,

Há quem seja conhecido por Joaquim,

Antônio, Pedro Malazarte,

Mas o casal está sob leis mal-conhecidas

Que os reúna de novo na Terra,

Em outras vidas,

Para acertarem, e não se façam infelizes,

E assim, vemos falar

Vermos a felicidade provisória

Que a receberam do Céu sem moratória…


Vemos o pai que, às súplicas, pede esmola,

Para pagar a escola,

Quando não é obrigado a transpor duras dificuldades

Para que as filhas de seus filhos

Sigam na benção de outros trilhos.

E quando os filhos atingem formaturas,

Sob aplausos e palmas dos professores, ei-lo que se esconde na platéia,

Orgulhoso de um filho aparecer…


Temos os pais nos cemitérios,

Às vezes há muitos anos esquecidos,

Mas que são lembrados

Nos Dias de Finados

Com preces apressadas;

Que, em muitas ocasiões,

Tiveram os corações em lágrimas de saudade,

Nas lembranças do lar em que um dia,

O Senhor os carregou da cruz,

Da saudade e sofrimento,

Conduzindo-os para os Planos da luz.


Vemos pais doentes em hospitais

Que sofreram acidentes

E ficaram doentes e doentes,

Até que o Senhor curando-os, descansaram…


Vemos o pai abastado

Que sofre e sofre,

Ajuntando o dinheiro

Seja nos bancos ou no cofre,

Afim de deixarem grande herança,

Que os herdeiros dividem em brigas,

Sempre renovadas, sempre antigas,

Para fazerem a cobrança

Em partes essenciais.


Enfim, realmente

Todos os dias são iguais,

Amanhã é o dia de mais anos aos nossos pais.


Aqui terminarei,

Esta nota necessária,

Pois sou apenas servidora e emissária

Dos Mensageiros do Senhor.


No dia de amanhã

Honremos nossos pais.

Meu nome? Quem sou eu?

Apenas vossa servidora,

Sou apenas Maria das Dores,

Maria Dolores na Bahia,

Onde eu vivia…


Nesta noite, porém, em que somos mais unidos,

Católicos, espíritas e os acompanhantes de Lutero,

Que também são homens sinceros,

Quero perder meu nome

Em vossa caridade que transluz,

E aqui estou eu,

Todo o meu orgulho desapareceu,

E peço para ser

Em vossa companhia,

Um coração repleto de alegria

E peço ao Senhor para ser convosco,

Não por Maria das Dores

E sim Maria de Jesus.




Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 08.08.1998, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece em Uberaba - MG.



Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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