Chico Xavier Inédito
Versão para cópiaCaravana da Fraternidade
Após o advento do Pacto Áureo em 1949, o idealista confrade Leopoldo Machado liderou a chamada Caravana da Fraternidade, que tinha o objetivo de aproximar espíritas e confraternizar sociedades espíritas no norte e nordeste do país. Os caravaneiros foram: Leopoldo, Lins de Vasconcelos, Carlos Jordão da Silva, Francisco Spinelli, Ary Casadio e, posteriormente, Luiz Burgos Filho.
Toda a viagem, que durou cerca de 45 dias, entre novembro e dezembro de 1950, foi descrita por Leopoldo no livro “A Caravana da Fraternidade”. O grupo dissolveu-se em 13 de dezembro de 1950, em Belo Horizonte, após ter sido recebido no dia anterior por Chico Xavier em Pedro Leopoldo. Nesse encontro com Chico, duas mensagens transmitidas pelos Benfeitores Espirituais falam do júbilo e do sucesso da missão empreendida pelos dedicados confrades. A primeira foi psicografada por Emmanuel em 11 de dezembro de 1950.
Unificação
Meus amigos, muita paz.
Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
Por se guardarem leais em torno d’Ele, unidos não só nas plataformas verbalísticas, mas também na fraternidade real e no espírito de sacrifício, os cristãos da epopeia evangélica inicial sofreram, lutaram e amaram, durante trezentos anos, esperando a renovação do mundo.
Hoje, o espetáculo é diferente. Não mais tronos de tirania na governança dos povos, e não mais os circos de lama e sangue, exigindo a renúncia extrema nas angústias da sombra e da morte, mas prevalecem dentro de nós as forças escuras da perturbação e da desordem, reclamando o exercício de toda a nossa capacidade de trabalho restaurador do mundo de nós mesmos.
Há uma Terra diferente, aguardando-nos os corações e as mãos na restauração da Vida. E o Espiritismo Cristão, pelos espiritistas, é a luz que deve resplandecer para os tempos novos.
Daí, o imperativo de nossa unificação nos alicerces do serviço. Claro que a sintonia absoluta de todas as interpretações doutrinárias, num foco único de visão e realização, é impraticável e, por agora, impossível.
Cada criatura contempla a natureza e o horizonte do ângulo em que se coloca. O semeador do vale não verá o mesmo jogo de luz no céu, suscetível de ser identificado pelo observador do firmamento situado no monte.
Que os trabalhadores do Bem sejam honrados na posição digna em que se colocam. O jovem é irmão do mais velho e aquele que ampara o alienado é companheiro do missionário que escreve um texto consolador. A Doutrina Redentora dos Espíritos é um edifício divino na Terra, e o servidor que traça paisagem simbólica e sublime no altar mais íntimo desse domicílio sagrado de fé não pode ironizar o cooperador que empunha a picareta, nas bases da casa para sustentar-lhe a higiene, a segurança e a beleza, muitas vezes com suor e lágrimas.
Cultuemos, acima de tudo, a solidariedade legítima. Nossa união, portanto, há de começar na luz da boa vontade. Guardemos boa vontade uns para com os outros, aprendendo e servindo com o Senhor, e felicitando aos companheiros que se confiaram à tarefa sublime da confraternização, usando o próprio esforço.
Rogo ao Divino Mestre que nos fortaleça e ajude a todos nós.
Nessa mesma noite, Amaral Ornelas brindou os caravaneiros com este belo soneto. Na introdução, palavras carinhosas: Aos queridos irmãos Leopoldo Machado, Francisco Spinelli e Carlos Jordão, no quadragésima dia de nossa tarefa de unificação.
UniãoUnamo-nos, irmãos, enquanto fulge o dia, Guiando o arado à frente em plena primavera, Pela fraternidade, a fé nobre e sincera, Edifica, entre nós, o Reino da Harmonia. O Espiritismo é a luz que se eleva e anuncia A Nova Humanidade ao sol da Nova Era, No Evangelho do Amor, que salva e regenera, Para a renovação da perpétua alegria. De mãos dadas a Cristo, unidos venceremos, Na excelsa direção dos Páramos Supremos, Onde a Vida Imortal é fúlgido destino. O Céu espera em nós, para a glória do mundo, Um rebanho somente em trabalho fecundo, Uma fé soberana e um só Pastor Divino. |
Essa mensagem foi publicada originalmente em 21/02/1987 pela editora CEU e é a 17ª lição do livro “”
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