Chico Xavier Inédito

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Capítulo VIII

Chico Xavier visita Juiz de Fora em 1945

Juiz de Fora viveu, na semana de 2 a 9 de setembro de 1945, dias de vibrações fraternas e espiritualidade, quando confrades de várias cidades lá se reuniram para uma Semana Espírita que contou com a presença de Francisco Cândido Xavier, acompanhado de Rômulo Joviano. Dentre os confrades “forasteiros” que também prestigiaram o evento, estavam Leopoldo Machado; César Burnier, Orvile Dutra, Astolfo de Oliveira, Jacques Aboab, Jª Oliveira e muitos outros das cidades Cruzeiro, Barra do Piraí, Rio de Janeiro, Três Rios, Barbacena, Astolfo Dutra, Belo Horizonte e São Paulo.

Chico Xavier, como não podia deixar de acontecer, colocou-se à disposição da Espiritualidade no dia 6, na reunião intitulada “De mulher para mulher”, para receber comunicações mediúnicas que colaboraram para a alegria do ambiente.

Juiz de Fora, que sempre foi uma cidade de proa no movimento espírita mineiro, contava, à época, com cerca de 20 Casas Espíritas funcionando regularmente, e o Centro Espírita Venâncio Café foi o promotor do evento. O primeiro soneto “Ação de Graças”, de João de Deus, em homenagem àquele Centro Espírita, não foi publicado em livro, o que ora fazemos:

Ação de Graças

Sob as colunas deste santo abrigo,

Há multiplicação de pães do amor,

Pela misericórdia do Senhor,

O Amado Mestre e nosso Eterno Amigo.


Ante as sombras do mundo tentador,

Eis o refúgio isento de perigo,

Na sementeira do Divino Trigo

Das alegrias do Consolador.


Na vibração de paz que nos enlaça

Entoemos o cântico de graça

Pelas sublimes dádivas da Luz!


E que entre vós, amigos, sempre

Esteja a acolhedora e sacrossanta

Igreja do Divino Evangelho de Jesus.


João de Deus

A seguir, Chico psicografa o soneto “”, de Anthero de Quental, que pode ser encontrado na obra “Através do Tempo”, publicada pela Lake, em 1972:


Nova luz

Desfez-se a sombra do mistério errante…

E as vozes da Mansão Desconhecida,

Trazem à morte estranha e indefinida

A mensagem da vida triunfante!


É a compassiva luz de Outro Levante

Revelando a beleza de Outra Vida,

Sol para a Terra escura e irredimida,

Fé para a humanidade vacilante…


Há claridade sobre a noite imensa…

Cai a negra muralha da descrença

Aos lampejos celestes da verdade.


É a nova luz divina que se eleva

Nos turbilhões de lágrimas e treva

Trocando as sendas para a Eternidade.


Anthero de Quental

Completando a noite de bênçãos, Leopoldo Machado é brindado com uma “notícia” de seu cunhado:


Leopoldo, meu caro amigo,

Meu campo agora é de mel,

Sem precisar de recibo

Das santas mãos de Ismael.


Anísio

Eduardo Carvalho Monteiro


João de Deus
Francisco Cândido Xavier

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