Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo XV

Na missão do bem


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Se vais à missão do bem,

Destrói a sombra, a incerteza…

Repara as lições do Pai

No livro da Natureza.


A terra do lavrador,

Que produz e que prospera,

Não prescinde, em parte alguma,

Do arado que a dilacera.


A semente destinada

Às forças de luz da vida

Precisa morrer no fundo

Da cova desconhecida.


Se progride, em torno à casa,

O mato bruto, inclemente,

Ninguém dispensa o recurso

Da enxada benevolente.


Na colheita rica e farta,

Há golpes de segador…

A farinha delicada

Passou no triturador.


O pão singelo ou fidalgo

Que abençoa a refeição,

Foi cozido devagar

Ao calor de alta expressão.


Toda vinha de esperança,

De alegria, de fartura

Exige do vinhateiro

As chagas da podadura.


A mesa, o leito, a poltrona,

Que servem todos os dias,

Passaram pelos serrotes

De rudes carpintarias.


Ouve, amigo, e atende à luta!

Que seria do trabalho,

Se a bigorna escapulisse

Das vivas ações do malho?


Que seria da candeia

No instante justo de arder,

Se o óleo fadado à luz

Quisesse permanecer?


Se vais à missão do bem,

Não olvides, meu irmão,

Que o suor gera o serviço,

Em busca dá perfeição.


Consome-te no dever,

Sê, tu mesmo, a claridade.

Jesus, para ser Senhor.

Foi servo da Humanidade.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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