Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo XXI

Velhos rifões


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Que a maravilha dos grandes

Não te sirva de embaraço.

A jornada por mais longa,

Começa sempre de um passo.


Sem vida nova em Jesus

Nossa crença é muito estranha…

A raposa muda a pele

Conservando a velha manha.


Benefício acompanhado

De censura ou de papel

É bebida indesejável

Que sabe a vinagre e fel.


Na verdade, Deus é bom

Mas se o filho é rude e mau,

Por vezes, descem do céu

Pedra e fogo, corda e pau.


A ventura de quem vive

De maldade e vilipêndio

É como a luz passageira

Que nasce de um grande incêndio.


Evita imitar no mundo

Os homens apaixonados

Que tratam alguns por filhos

E aos outros por enteados.


Não te esqueças da prudência

E aprende a falar talvez.

Crendo em tudo quanto escutas

Tropeçarás muita vez.


No serviço alegre e são

A tua força concentra.

À porta de quem trabalha

A fome espreita e não entra.


Fala pouco de ti mesmo,

Pois saúde e geração

Se forem muito apurados

Só trazem perturbação.


Não te rias de quem chora.

Toda dor faz ida e vinda

E a botija de vinagre

Tem muito vinagre ainda.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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