Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo IV

Carta fraternal


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Na leitura da parábola dos cegos (Mt 15:14)


Meu amigo, o Espiritismo

É campo de vida e luz;

Não conserves sem trabalho

A ideia que te conduz.


Nessa lavoura bendita

De paz, harmonia e amor,

Cada qual tem a tarefa

Que lhe reserva o Senhor.


És médium? Sê diligente

No amoroso apostolado.

Mediunidade é serviço

Em nome do Mestre Amado.


Investigas a verdade?

Procura ver que ninguém

Deve andar observando

Sem propósitos no bem.


És curioso somente?

Não olvides, meu irmão,

Que a boa curiosidade

É nota de elevação.


És companheiro de luta?

Guarda a prece e a vigilância,

Quem é irmão de verdade

Nunca foge à tolerância.


És simples necessitado

Na sombra e no sofrimento?

Pondera a lei generosa

De esforço e merecimento.


És pregador? Meu amigo,

Foge à ilusão, foge à treva,

Que as palavras sem os atos

São folhas que o vento leva…


Doutrinas desencarnados?

Procura reconhecer

Que se vives ensinando

É necessário aprender.


Vens pedir alguma coisa?

Recorda, na dor terrestre,

Que o tesouro mais sublime

É a paz do Divino Mestre.


Nas alegrias, nas dores,

No mais simples dos misteres,

Poderás fazer o bem

No lugar onde estiveres.


Quem busque, de fato, a luz

Da existência verdadeira.

Não se apega à fantasia,

Trabalha contra a cegueira.


Não foste chamado à fé

Para sonho ou distração,

Mas à justa atividade

De nossa renovação.


O aprendiz do Espiritismo

Não vive sem rumo, a esmo…

Tem Jesus por Mestre Amado

E a escola dentro em si mesmo.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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Mateus 15:14

Deixai-os: são condutores cegos: ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.

mt 15:14
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