Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo XLVI

O Velho e o Novo Testamentos


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Entre o Velho e o Novo Testamento encontram-se diferenças profundas e singulares, que se revelam, muitas vezes, como fortes contrastes ao espírito observador, ansioso pelas equações imediatas da experiência religiosa.

O Velho Testamento é a revelação da Lei. O Novo é a revelação do Amor. O primeiro consubstancia as elevadas experiências dos homens de Deus que procuravam a visão verdadeira do Pai e de sua Casa de infinitas maravilhas. O segundo representa a mensagem de Deus a todos os que O buscam no caminho do mundo.

Com o primeiro, o homem bateu à porta da moradia paternal, perseguido pelas aflições, que lhe flagelavam a alma, atribulado com os problemas torturantes da vida. O Evangelho é a porta que se abriu, para que os filhos amorosos fossem recebidos.

No Velho Testamento, a estrada é longa e, vezes sem conta, as criaturas humanas desfaleceram, entre os sofrimentos e as perplexidades. No Novo, é a estrela da manhã espiritual, resplandecendo de amor infinito, no céu de uma nova compreensão.

No primeiro, é o esforço humano. O Evangelho é a resposta divina.

A Bíblia reúne o Trabalho Santificador e a Coroa da Alegria.

O Profeta é o Operário. Jesus é o Salário na Revelação Maior. Eis porque, com o Cristo, se estabeleceu o caminho depois da procura torturante. E é por esse caminho que a alma do homem se libertará da Babilônia do mal, que sempre lançou o incêndio no mundo, em todos os tempos.

A Bíblia, desse modo, é o divino encontro dos filhos da Terra com o seu Pai. Suas imagens são profundas e sagradas. De suas palavras, nem uma só se perderá.

Um dia, no cimo do monte da redenção, os homens entregar-se-ão, de braços abertos, ao seu Salvador e a seu Mestre. Então, nessa hora sublime resplandecerá para todas as consciências da Terra a Palavra de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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