Colheita do Bem

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Capítulo XIX

As luzes que o Espiritismo com o Evangelho acende


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24/08/1949


Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita paz, bom-ânimo e alegria.

De regresso ao lar, retomemos o plantio de nosso pomar renovador. em nosso caminho simbolizam verdadeira lavoura de bênçãos. Creiam que o desenvolvimento dos valores espirituais não consta de milagre ou prestidigitação. Reclama também o solo da alma convenientemente preparado, clima mental que se ajuste à natureza do serviço a fazer e recursos de boa vontade e dedicação permanentes para que possa crescer para diante e para o alto. Nesse sentido, com a bondade do Senhor, as nossas oportunidades têm sido ricas de bênçãos novas, porque vocês não se furtam ao esforço incessante de estudar, pensar, repetir e concluir sempre com maiores notas de aplicação e entendimento. Não acreditemos que seja possível modificar o passado menos edificante somente porque tenhamos trocado de corpo. Hoje reparo esses problemas, por felicidade minha, com uma clareza surpreendente, mas nem sempre agradável. Ninguém se acolhe em agasalhos que não tenha construído, nem suprirá o celeiro de grãos valiosos que não haja semeado e cultivado. Espiritualmente, esses princípios da vida são soberanos e inalienáveis. E porque há necessidade de paciência na edificação, com base no “servicinho de cada dia”, são raros aqueles que, embora beneficiados pela lei da Doutrina santificante que presentemente nos congrega, se sobrepõem aos impedimentos pequeninos da experiência terrestre, vencendo a grande prova.

Digo a vocês que os estudos dessa natureza não são invariavelmente agradáveis, porque passamos a pesar na balança não só as nossas realizações, mas também aquelas que dizem respeito a muitos corações que amamos e que de nenhum modo poderemos abandonar. Quanto a isso, se homens encarnados falham no aprendizado, há desencarnados que não toleram as lições e pedem retorno imediato à vida física por não suportarem, com a serenidade precisa, a contemplação de seres queridos mergulhados no mesmo automatismo das recapitulações quase inúteis. Para falar a vocês com franqueza, sinto-me, por vezes, de alma infinitamente dolorida em reparando vários corações de nosso conjunto pulsando no mesmo ritmo de séculos atrás… Temos companheiros sumamente ligados ao meu espírito que em três e quatro mil anos não apresentaram diferenças fundamentais no capítulo da melhoria. Na infância, na mocidade e na madureza são o que foram, com as mesmas características de pasmar! É por isso que me orgulho, no bom sentido do desvanecimento paternal, em lhes reparando a jornada. Vocês compreenderam o apelo do trabalho renovador, acima do consolo açucarado ao individualismo, e elevaram o caminho, convertendo-o numa ponte para o Mais Alto. Não estou elogiando. Seria uma falta muito grave se resvalássemos para a lisonja doméstica. O que eu desejo é dizer-lhes que os “alicerces da torre” estão formados e que é preciso consolidar nossas bases para a subida eficiente. Ainda temos muito serviço, muita luta e muito aprimoramento, contudo, reunidos sob a ajuda do Alto, marcharemos com desassombro para a vanguarda. Esse é o único meio de superar “o que passou” para presidirmos “o que há de vir”. Nosso auxílio aos amados que adormeceram é, sem dúvida, o de nos aperfeiçoarmos em conhecimento, acentuando os próprios recursos para que lhes possamos estender as mãos fartas no dia em que, despertos, no-las pedirem. Porque, em matéria desse teor, é preciso aguardar que a necessidade se pronuncie. O semeador da parábola (Mt 13:1) saiu a semear indistintamente e isso quer dizer que a prática do bem não conhece situações pessoais, mas naturalmente que o lavrador aguarda resultados onde já semeou, sendo, pois, todos nós compelidos a concluir que onde o cuidado de nosso amor já funcionou, devemos manter a expectativa justa de manifestações locais ou pessoais, compreensíveis. A jornada é, portanto, muito grande e muito complexa.

Nós, que tivemos a “felicidade de ouvir”, aproveitemos os dons celestes e cresçamos. Os anos correm atrás dos anos e cada dia é diferente, embora pareça igual na bitola do tempo. O serviço com Jesus é sempre multiplicação de paz e enriquecimento do coração, com a graça da luz renovando todas as paisagens em derredor.

Da viagem de vocês ao Rio assinalo com sincero contentamento as boas impressões recolhidas no trato direto com o nosso amigo General Aurélio, que é, sem dúvida, um padrão de vontade e fortaleza como poucos. Nossos amigos, e companheiros mais íntimos dele, vão fazendo quanto possível por reajustá-lo às oportunidades de conservação mais dilatada da experiência atual. Espiritualmente, os resultados são enormes, apesar das probabilidades do corpo físico não apresentarem grandes alterações. De qualquer modo, estamos satisfeitos e prosseguiremos agindo pelo aproveitamento integral de todos os recursos suscetíveis de serem por nós todos amealhados nos tempos que correm.

Para a sua saúde, meu caro Rômulo, pedi o pronunciamento do nosso receitista, que aconselha a você o uso de Rododendro, Lachesis, Staphysagria e Cantharis por uma semana, quanto possível, nos regulamentos comuns da homeopatia.

Estou satisfeito com a continuação do trabalho em curso e espero que o Senhor me conceda a satisfação de terminá-lo com a paz do início. Precisamos criar algo que alimente o pensamento vulgar e o obrigue a inclinar-se para a renovação no bem.

Desejo a vocês todos muita paz e muita alegria, com saúde e bom-ânimo.

E agradecendo como sempre a Jesus a santa oportunidade de seguir com vocês para a frente, na marcha de evangelização de nós mesmos, abraça-os, muito afetuosamente, o papai muito amigo de sempre,




A. .Joviano
Francisco Cândido Xavier


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Mateus 13:1

TENDO Jesus saído de casa naquele dia, estava assentado junto ao mar;

mt 13:1
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