Comandos do Amor

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Capítulo IX

Luta


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Meus amigos.

Agradeçamos na luta o clima renovador.

Nela possuímos o celeiro da experiência, onde o Espírito é capaz de amealhar os tesouros incorruptíveis da sabedoria e do amor.


A luta é alimento, pão da alma, força de crescimento do ser para a vida maior.

Sem que a vida e a morte estabeleçam conflito na Terra, a imortalidade não se divinizaria para os homens.


É necessário que a claridade combata a sombra, que a alegria sobrepuje o sofrimento, que a esperança fustigue a descrença, a fim de que possamos selecionar os valores que nos habilitem à vitória espiritual a que nos destinamos.


No mundo terrestre — bendita escola multimilenária do nosso aperfeiçoamento espiritual — tudo é exercício, experimentação e trabalho intenso.

Do atrito nasce a luz, quanto o equilíbrio nasce do esforço de adaptação.

É imperioso nos resignemos a perder quanto signifique roupagem servida e inútil para que nosso espírito avance, no rumo da transformação para as luzes mais altas.

Sem que a semente abandone o envoltório, não há germinação para a sementeira; sem o calor asfixiante o vaso nobre deixaria de existir; e, sem o cinzel que martiriza a pedra selvagem, a obra-prima da escultura jamais seria arrancada à matéria bruta para o nosso ideal de beleza.

Somos, porém, mais que a semente, mais que o vaso, mais que a estátua…

Somos filhos de Deus, em desenvolvimento, que podemos acelerar, aceitando as injunções da luta, ou que podemos atrasar, com a nossa preferência pelo repouso ou pela inércia.


Abracemos os nossos deveres, ainda que pesados, porque somente da cruz que é nossa, do testemunho que nos fala de perto e do Calvário que nos pertence é que surgirá para a nossa vida a eterna ressurreição.




Aires de Oliveira
Francisco Cândido Xavier


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