Confia e Serve
Versão para cópiaQuadros da reencarnação
A vida em si não termina Quando o corpo à cova desce… A semente pequenina, Quando morre, é que floresce. Não ambiciones na lida Os frutos da gleba alheia. Cada qual colhe na vida Apenas o que semeia. Desencarnou o Firmino Pedindo mais uma dose. Em novo corpo, é um menino Que já sofre de cirrose. Numa existência pregressa, Suicidou-se com cicuta, Mas logo ao mundo regressa Agravando a própria luta. Perseguiu a tanta gente, No tempo em que foi Visconde, Que agora no sanatório Da própria sombra se esconde. Vivia de falcatruas O finado Serafim. Renasceu… Vive nas ruas Numa penúria sem fim. Porque foi maledicente, Dona Zefa renasceu Uma criança doente Que de falar se esqueceu. Ao tempo de inquisidor, Queimou livros a granel… Agora, seja onde for, Vive ajuntando papel. De tanto chutar no mundo, Porta, cadeira e panela, Curte um desgosto profundo Nas dores da erisipela… Quando fui rei, fui mendigo; Quando mendigo, fui rei, Deu-me a lepra o régio abrigo Da paz que nunca sonhei. Verdade que não se altera No Carma que acumulamos: Somente o bem nos libera Do mal que já praticamos. “Nascer, viver e morrer, Renascer e progredir”, Tal a Lei que nos impele Para as bênçãos do porvir! |
(Psicografada por Carlos A. Baccelli)
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