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Capítulo II

Carlos Alexandre da Silva Paraizo


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ESCLARECIMENTOS


Nascimento: 11 de setembro de 1957. Desencarnação: 08 de novembro de 1980. Idade: 23 anos.

Pais: Guilherme Costa de Souza Paraizo e Edite da Silva Paraizo — Avenida Jules Rimet, 315, II Etapa - Rio Doce Olinda — PE.

Irmã — Bone — Fabíola da Silva Paraizo.

Esposa — Iracema de Lima Paraizo.

Filha — Germana Karla de Lima Paraizo, não chegou a conhece-la, nascida em 12.06.1980.

Vovó Severina — Severina Maria da Silva, materna, nascida em São Caetano, Pernambuco desencarnada em 23.12.1959 em Recife-PE.

Vovô Carlos Afonso — Carlos Afonso de Souza Paraizo, paterno, nascido em Recife-PE em 07.07.1983, desencarnado em 11.11.1968.

Narciso — Personagem da Mitologia Grega que o mesmo se ligava muito.


COMENTÁRIOS


“Muitas pessoas diziam ser difícil ou mesmo impossível, conseguir falar com Chico Xavier e que eu perderia a viagem. Mesmo assim, esperançosa, viajei para Uberaba e o meu contato com ele bem como o conforto espiritual que recebi através dele foram maravilhosos e muito importantes para minha vida.

Não encontrei empecilho para chegar até ele. Fiquei na fila que se formava desde cedo e, logo mais à tarde, estava eu falando com o querido médium.

Quando em sua presença, perguntou-me quem era Ana. Muito aflita, nervosa, não pude lhe responder com segurança. Tinha uma vaga lembrança sobre minha avó. Quando ela desencarnou eu era ainda muito pequena. Em seguida, perguntou quem era Severina. Respondi-lhe tratar-se de minha mãe, desencarnada. As duas ali estavam e acompanharam a desencarnação de meu filho.

Em Recife, busquei informações com minha irmã sobre o nome de minha avó Ana, obtendo a confirmação do mesmo.

Chico ainda perguntou-me para qual vestibular meu filho estava se preparando. Disse-lhe que era Psicologia… “E as opções?” — quis ele saber. Ainda descontrolada pela emoção não consegui lhe responder e ele então, me dizia ser Odontologia e Veterinária, o que confirmava plenamente.

Outra verdade:

Perguntou-me se Carlinhos escrevia muito.

Como podia Chico saber, se não lhe dissera nada?

Meu filho, por vezes, acordava altas horas da madrugada e escrevia até principiar o dia. Eu lhe perguntava o que tanto escrevia. Mostrava-me e eu nunca o levei a sério. Quando de sua partida, em seu escritório, achei todos os seus escritos. Colocando-os numa pasta, guardei-as. Em minha viagem para Uberaba, como se alguém me sugerisse, levei-os comigo. Mais surpresa ainda fiquei quando Chico pediu-me para vê-los e se estavam comigo naquele instante. Respondi-lhe que os havia deixado na pensão em que me hospedara. Pediu então a um senhor de nome Pedro, pessoa colaboradora presente, que abrisse o portão para minha saída em busca desses textos. Encontrei certa dificuldade em minha volta para adentrar ao Centro, pelo grande número de pessoas que o aguardava. Consegui atravessar e entregar-lhe a pasta. Ele leu algumas e achou-as lindas. Perguntei-lhe se aquelas mensagens eram reais. Respondeu-me que eram realíssimas, para guardá-las bem e com todo o carinho, pois eram uma obra prima que o meu filho me deixou e que, quando pudesse deveria fazer um livro. Acrescentou ainda que meu filho não era para ficar aqui. Uma senhora que estava ao seu lado, por eu estar chorando muito, pediu-me que parasse de chorar. Ele, carinhosamente, dizia ser choro de felicidade, pois o meu filho estava muito contente, feliz e em lugar maravilhoso.

Pedi-lhe então que gostaria de uma comunicação com ele. Falou-me que se o meu filho tivesse ordem dos seus superiores viria me confortar com uma mensagem, que eu tivesse fé. Eram precisamente 14:00 horas da sexta-feira. Às 2:00 horas da madrugada do sábado, ouvi estas palavras pelo Sr. Weaker Batista, “— Esta mensagem é assinada por Carlos Alexandre da Silva Paraizo. Fui até a sua mesa de trabalho e o nosso querido médium leu-a e me entregou. Que emoção, meu Deus!

Beijei-lhe as mãos, recebendo o mesmo em retribuição e desejando-me a bênção de Deus.

Como agradeci aquele momento, como pedi a Deus pelo Chico e pelo meu filho. Na viagem de volta, de ônibus, sonhei com o meu filho pela primeira vez.

A mensagem foi para mim um verdadeiro “Prêmio do Céu”. Tive a certeza da sobrevivência do meu filho, e, hoje, mais do que nunca, sei que ele está morando num outro País que não sei onde é, mais que existe e eu espero encontrá-lo um dia.”


MENSAGEM


Mãezinha Edite, abençoe-me, como se me visse de novo criança em seus braços…

Desejo identificar-me consigo de tal modo neste instante, que me sinta na forma de um ramo pobre ligado à bênção da árvore de que nasci…

Sinto, em verdade, a presença do papai Guilherme e da Bone conosco, da nossa Iracema e da nossa Germana, entretanto, quero escrever como na escola assinando o nome do seu Carlinhos.

Mãezinha, compreendi tudo. Muitos disseram até que desertei do caminho, que não suportei a pressão da caldeira em que tantas vezes resumi a experiência humana, mas você e eu sabemos que o coração se me rebentou no peito, talvez sob o peso de meus complexos emotivos sempre mais amplos e sempre mais constringentes. Veio um torpor de tal maneira irresistível sobre mim que não me furtei ao encanto daquele convite ao repouso que de modo algum, poderia supor fosse definitivo para a vestimenta de células físicas que usara por mais de vinte anos.

O espanto do despertar foi compreensível para mim, entretanto, não me perdoava pelo fato de não haver previsto o que me sucedeu. A meu ver, cabia-me por dever de filho prever a parada cardíaca de logo curso. Em assuntos da morte, porém, estava ainda muito cru para imaginar coisas de disritmia ou de extra-sístoles…

O coração fibrilou de uma vez, como que recusando qualquer possibilidade de socorro e não julguei que estava despejado de casa, da casa física que me servira com tanta obediência e precisão.

No fundo, querida mamãe, admito que os próprios pensamentos me arrebataram… As ideias com as quais convivia eram demasiado fulminativas. Queria eu, indebitamente, um mundo somente meu, no qual conseguisse refletir a minha própria imagem. Esqueci-me de e fiz o mesmo.

Somente aqui em contato com a vovó Severina, que me recolheu carinhosamente, posso efetuar a revisão de meus próprios conceitos. Exigia uma habitação planetária de que a nossa Terra ainda se acha muito longe. Abominava tudo o que fosse mentira, mas não compreendi que a própria pessoa humana precisa disfarçar-se no corpo transitório a fim de assimilar os ensinamentos da vida.

Achava-me oculto em meu próprio abrigo de carne e ossos e me supunha livre, quando me competia aceitar as disciplinas da existência e observar os valores que me seria possível entesourar com elas.

Não conseguia de minha parte desculpar a presença da lama e da sombra, inabilitado a reconhecer que o prodígio do pão nascia no barro da terra e que o ventre da meia noite liberava o dia num parto deslumbrante de luz. Vi talvez unicamente o mal e fui demasiado míope do ponto de vista espiritual, a fim de enxergar o bem.

O vovô Carlos Afonso atualmente me analisa as formações mentais e vou identificando as novas nuances da vida, entre a surpresa e a alegria do aprendiz que, gradativamente, se desvincula da cegueira de espírito.

Creia que devia estas explicações ao carinho de meus pais queridos e à bondade dos amigos que acreditavam em minha sinceridade.

Mãezinha Edite, peço-lhe comunicar aos companheiros que a morte é uma fantasia do masoquismo da Humanidade. Não se lastima o animal que será imolado à nossa fome no mundo e nem se chora o tronco que o machado decepa, transformando-o em objeto servil para uso doméstico.

A morte é um imperativo da própria vida. Ninguém se renova sem desencarnar algum pensamento que terá vivido em nossa forma de ser durante tempos e tempos. Tudo é vida porque tudo vem da morte, existe a morte porque tudo, na essência, é unicamente vida em manifestações incontáveis.

Mas a vovó Severina me lembra que esta assembleia de pessoas simpáticas não se formou aqui para registrar as minhas saberenças de filósofo-mirim. Que eu termine, porque já é tempo.

Estou contente, porque consegui transmitir-lhe os pensamentos e as novas ideações de seu filho.

A cada um de nossos entes caros, um fragmento do meu amor e do meu reconhecimento, entregando-lhe, porém à sua guarda, como sempre, todo o coração de seu filho.


Carlos Alexandre

Rubens S. Germinhasi


Carlos Alexandre
Francisco Cândido Xavier


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