Correio Fraterno

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Capítulo XXXVII

Oração do campo terrestre ao semeador juvenil


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Sou a terra fecunda que o Senhor te confiou à esperança…

Muitos passam, chamando-me lama vil, esquecendo o pão que lhes dou; desprezam-me outros, considerando-me barro inútil, indiferentes à flor e ao fruto com que lhes amparo a vida.

Muitos guerreiam, disputando-me a posse, encharcando-me de sangue e pranto, quando não me transformam em ossuários perdidos nas trevas, enquanto muitos outros, ainda, adormecem, desprevenidos, sobre o meu seio, afirmando-se necessitados e desditosos, quando bastaria me revolvessem com atenção para senhorearem os tesouros que lhes reservo.

Sou o campo de trabalho, em que Deus te situou o berço e o lar, o templo e a escola.

Guardo comigo as lágrimas dos lavradores que me buscaram antes de ti e amealharei teu suor em forma de bênçãos.

Não me relegues ao abandono, para que o tempo não escarneça de tua passagem.

Agora que o dia alvorece para as tuas mãos juvenis, lembra-te de que a glória solar começa ao amanhecer…

Dá-me, assim, teu coração para que eu te dê minha vida.

Não me firas debalde com a lâmina do verbo vazio e inoperante. Confia-me as sementes do ideal superior, na tarefa digna a que fomos chamados, e retribuir-te-ei o devotamento com o ouro da experiência e com o valor da lição.

Compadece-te do trabalhador que treme na velhice, porque o inverno da carne, amanhã, te baterá igualmente à porta, e ajuda aos companheiros humildes da retaguarda, sem olvidar que o Celeste Semeador, mensageiro das verdades eternas, nasceu na Manjedoura e avançou para a ressurreição, através da Cruz.

Guia teu arado no bem dos semelhantes e milagres de amor colherás de meu sulco.

Livra-me dos vermes da ociosidade e sustentar-te-ei na extinção das pragas da miséria e da ignorância.

Não me condenes à erva sufocante da vaidade e do orgulho e dar-te-ei as riquezas da vida simples.

Auxilia-me com boa vontade para que eu te sirva sem descanso.

Recorda que o esplendor do dia, no mundo, invariavelmente cede lugar à sombra… Mas, se te consagras ao plantio da luz, a noite surgirá para teus olhos, resplendente de estrelas, anunciando-te o Excelso Despertar.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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