Correio Fraterno

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Capítulo XLV

Página à mocidade


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Meu filho, guarda o facho resplendente da, fé por tesouro íntimo, honrando o suor e as lágrimas, a vigília e o sofrimento de quantos passaram no mundo, antes de ti, para que pudesses receber semelhante depósito.

Lembra-te dos que choraram esquecidos no silêncio e dos que sangraram de dor, para que ostentasses a tua flama de esperança, e dispõe-te a defendê-la, ainda mesmo com sacrifício, para que a Terra de amanhã surja melhor.

A disciplina é a guardiã de tua riqueza interior, como o ideal é a chama que te revela o caminho.

Nada amarga tanto ao coração que perder a confiança em si próprio, como alguém que se arroja às trevas depois de haver possuído a garantia da luz.

Segue aprendendo, amando e servindo…

Compadece-te dos que se recolheram à vala do pessimismo, proferindo maldições contra a vida, que é doação e bênção de Deus; socorre os que se consideram vencidos à margem da estrada, ensinando-lhes que é possível levantar para o recomeço da luta, e respeita, nos cabelos brancos que te precedem, a branda claridade que a experiência acendeu para os lidadores da frente.

Dignifica, sobretudo, a responsabilidade em ti mesmo, reconhecendo que o dever a cumprir é a Vontade do Senhor que situa, nas criaturas e circunstâncias mais próximas de nosso espírito, o serviço mais importante que nos compete realizar.

Não olvides que todos os valores da luz têm adversários na sombra e que só o trabalho incessante no bem alimenta em nossa alma o gênio da vigilância, invisível sentinela de nossa segurança e vitória.

Atravessa o dia da existência, no ingente esforço de fazer o melhor, e, construindo o bem de todos, que será sempre o nosso maior bem, sentirás na cintilação das estrelas, quando vier a noite, o enternecido beijo do Céu, preparando-te o despertar.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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