Capítulo XVII

Oração de enfermeira


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Tempestade, tempestade,

Por que tanto escarcéu?

Quando o teu brado estremece

A imagem do próprio Céu?


Conduzidas por teu braço,

Há nuvens tremeluzindo,

Lançando granizo aos montes,

Lembrando feras rugindo…


Quando expeles ameaças,

Sem limpa e justa razão,

Quem serás?… De onde procedes?…

Da ira de algum dragão?


Trazes à terra a água pura,

Em corrente clara e mansa.

Por que não te contentas

Nessa bênção de esperança?


De teu seio brotam fontes,

Gerando o solo fecundo.

Por que não vives em paz,

Nesses encargos do mundo?


Mas não venho criticar

Os teus impulsos valentes.

Quero dizer-te que eu tenho

Trinta crianças doentes.


Não tiveram mães que as amem,

Mas decerto que adivinhas:

Quando apareces gritando,

Choram de susto sozinhas!…


Tempestade, tempestade,

Atende aos pedidos meus.

As criancinhas doentes

São também filhas de Deus.




Meimei
Francisco Cândido Xavier

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